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15/02/2018

Pequenas obras vão impulsionar venda de material de construção

Paulo Janousek, diretor superintendente da Tintas Hidracor, do Grupo J.Macêdo, percebeu essa melhora na demanda de insumos, em especial no Nordeste.

As pequenas obras e reparos feitos em casas e apartamentos aumentaram a demanda por materiais de construção para acabamento, como tintas e azulejos, o que fará a produção desses insumos registrar o primeiro crescimento após quatro anos de queda. Sem a retomada das obras de infraestrutura e os novos empreendimentos imobiliários ainda patinando, será essa “construção formiguinha” que salvará o setor este ano. Estudo do banco Santander mostra que a alta na produção será de 8%, após queda de 3,3% no ano passado. O maior tombo do período foi em 2015, com recuo de 12,5% na produção desses itens.

— A produção industrial do setor se recupera pela venda de materiais de construção para reforma e reparos e, em menor magnitude, os lançamentos. Este é o último setor industrial a mostrar uma recuperação — afirmou Rodolfo Morgado, economista do banco Santander.

Vendas cresceram 9,2% - Pelos dados do IBGE, todos os segmentos industriais apresentaram alta no ano passado, sendo que o que se recuperou com mais força foi o de bens duráveis. Isso fez a produção industrial crescer 2,5% em 2017. Agora, com a continuidade da retomada econômica, que chega aos poucos ao setor de construção, a alta da produção industrial deve chegar a 4,7% neste ano.

Nesse processo, as vendas se recuperaram primeiro. A alta foi de 9,2% em 2017, mas, como os estoques estavam altos, a retomada da produção demorou mais. A justificativa para o melhor desempenho de materiais de construção são os juros mais baixos, a inflação sob controle e o aumento do emprego.

Paulo Janousek, diretor superintendente da Tintas Hidracor, do Grupo J.Macêdo, percebeu essa melhora na demanda de insumos, em especial no Nordeste.

— É uma demanda ainda relacionada à manutenção e à reforma de novas construções. Isto estava parado, porque não é um gasto essencial no orçamento. É um gasto que só acontece quando as famílias estão mais confortáveis em termo de renda — disse.

A empresa, localizada na Grande Fortaleza (CE), contratou cerca de 90 funcionários nos últimos meses para atender ao aumento da demanda. A retomada está um pouco mais lenta nas vendas para o segmento de empreendimentos imobiliários, mas o executivo acredita que o setor também vai se recuperar esse ano.

A Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) acredita que o faturamento do setor vai crescer 8,5% no ano. Em 2017, o faturamento foi de R$ 114,5 bilhões.

FONTE: O GLOBO