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11/06/2019

PDG retomará atividades operacionais até dezembro

Do total, onze obras se referem a empreendimentos de sociedades de propósito específico (SPEs) com patrimônio de afetação, que ficaram fora da recuperação judicial.

A PDG Realty - incorporadora em recuperação judicial - pretende voltar, até o fim do ano, ao mercado de lançamentos, do qual participará com nova marca, com um projeto residencial de até R$ 150 milhões em Valor Geral de Vendas (VGV). No terceiro trimestre, a companhia dará início às operações de duas empresas com foco em serviços, também com marcas que não levarão o nome PDG. Segundo o presidente, Vladimir Ranevsky, a empresa está buscando diversificar receitas, mas a incorporação continuará a ser a principal atividade.

"A PDG chegou a ser a maior incorporadora brasileira. Acumulamos conhecimento e temos grande capacidade de atuar na área de serviços", afirma o executivo. Uma das novas empresas atuará em serviços de manutenção, e a outra terá foco em gestão imobiliária e financeira de ativos, incluindo repasses dos recebíveis de clientes para bancos, organização de documentos e pagamento de despesas como condomínio e Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

Paralelamente aos preparativos para sua retomada operacional, a PDG continua a negociar com bancos credores - Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco e Votorantim - a suplementação de recursos para que possa dar prosseguimento às suas 14 obras - todas interrompidas, em diversas fases, há mais de três anos.

Do total, onze obras se referem a empreendimentos de sociedades de propósito específico (SPEs) com patrimônio de afetação, que ficaram fora da recuperação judicial. Três outras fazem parte do plano por não terem patrimônio afetado. O plano de recuperação foi aprovado no fim de 2017. De acordo com Ranevsky, há conversas com fundos sobre a possibilidade de aporte de recursos para conclusão das obras.

Existem também, segundo ele, tratativas com fundos interessados em se tornar investidores em lançamentos imobiliários da incorporadora. O mais provável é que a PDG seja minoritária nos próximos projetos, com cerca de 40% de participação, enquanto os futuros investidores financeiros terão 60%. No modelo pretendido, a incorporadora participará com terrenos e projetos, e os fundos farão aportes dos recursos para desenvolver os empreendimentos.

Desde o primeiro trimestre de 2015, a incorporadora não apresenta projetos. A intenção é lançar um projeto, neste ano, na cidade de São Paulo, mas o perfil não é divulgado. Em 2020, serão dois ou três lançamentos, com VGV de até R$ 300 milhões.

"O mercado imobiliário de média renda não reagiu ainda como esperávamos, e a economia está bem devagar. A venda de imóveis não está fácil", conta o presidente da PDG. Ranevsky diz esperar aprovação da reforma da Previdência ainda neste ano. A companhia continua a reduzir sua estrutura. Desde 2012, o quadro total de empregados foi cortado em 98%, para 212.

No fim de março, o banco de terrenos da PDG correspondia ao VGV potencial de R$ 1,7 bilhão. A empresa mantém a estratégia de vender terrenos para reduzir alavancagem e reforçar o caixa. A companhia encerrou o trimestre com dívida bruta de R$ 2,82 bilhões, dívida líquida de R$ 2,682 bilhões e patrimônio líquido negativo em R$ 4,249 bilhões.

De janeiro a março, a PDG reduziu seu prejuízo líquido em 7,7%, na comparação anual, para R$ 240,3 milhões. A receita líquida cresceu 97%, para R$ 29,1 milhões. As despesas gerais, administrativas e comerciais caíram 8,4%, para R$ 22,8 milhões. O prejuízo financeiro cresceu 37%, para R$ 132,6 milhões, devido aos juros sobre dívidas extraconcursais e concursais.  

FONTE: VALOR ECONôMICO