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19/02/2017

Para setor imobiliário, teto do FGTS não trará lançamentos

Compradores que desistem de contratos arcam com custos que variam de 10% a 20% dos valores desembolsados, de acordo com o preço do imóvel em transação.

O novo teto para financiar imóveis com o FGTS, de R$ 1,5 milhão, vai ajudar as incorporadoras a diminuir o estoque de unidades, mas não resolverá os gargalos do setor, segundo diretores de empresas do segmento.

Novos lançamentos só vão acontecer se houver mudança na maneira como os distratos (desistência de transação) são tratados pela Justiça, diz Emílio Fugazza, diretor financeiro da Eztec.

Compradores que desistem de contratos arcam com custos que variam de 10% a 20% dos valores desembolsados, de acordo com o preço do imóvel em transação.

"Precisamos vender o estoque, e as novas regras do SFH (Sistema Financeiro Nacional) ajudam, mas lançamentos, que geram empregos, dependem de uma solução para o distrato."

Imóveis cujos valores estão entre R$ 950 mil e R$ 1,5 milhão, que, agora, podem contar com recursos do SFH, representam cerca de 11% do estoque da Cyrela, diz o diretor de relações com investidores, Paulo Gonçalves.

É a terceira faixa com mais unidades em estoque, segundo ele. A nova medida, que vale até o fim de 2017, vai impulsionar negócios nos locais onde o metro quadrado é mais alto, casos de São Paulo e Rio de Janeiro afirma.

"Há casos de pessoas que moravam de aluguel porque fazia mais sentido econômico, mas que têm renda para comprar apartamentos de valores mais altos. Se elas possuem FGTS, podem usar como entrada", diz o executivo. 

FONTE: FOLHA DE S. PAULO