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10/04/2019

O que o mercado espera (e o que espera o mercado)

Apesar dos números e do entusiasmo da indústria imobiliária, a consistente recuperação das atividades em muito está condicionada a decisões governamentais

O setor imobiliário encerrou o ano com otimismo. A definição do cenário eleitoral e a solução para o problema dos distratos (um dos maiores já enfrentados pelo mercado nas últimas décadas) trouxeram novo estado de ânimo.

O cenário estimula a confiança de consumidores e empreendedores, e também a volta de investimentos nacionais e estrangeiros no setor. “O Anuário do Mercado Imobiliário de 2018, que divulgamos em 27/3, traz uma série de elementos que comprovam a reação. Boa parte dos indicadores é positiva e sinaliza que iniciamos a retomada”, pondera Basilio Jafet, presidente do Secovi-SP.

Na comparação com 2017, o volume total de financiamentos habitacionais teve crescimento nas operações do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) – de R$ 43 bilhões para R$ 57 bilhões –, e elevação nos financiamentos do FGTS (de R$ 59 bilhões para R$ 60 bilhões). Lançamentos e vendas na cidade de São Paulo cresceram 4% e 27%, respectivamente, e o Valor Geral de Vendas (VGV) em bilhões de reais subiu 22%.

Os bons números, todavia, acentuam uma preocupação: o aumento da demanda impõe ao mercado maior produção, o que significa disponibilidade de terrenos. “Se a legislação urbana continuar restritiva será muito difícil ofertar unidades a preços acessíveis à maioria dos compradores”, alerta Jafet.

Apesar dos números e do entusiasmo da indústria imobiliária, a consistente recuperação das atividades em muito está condicionada a decisões governamentais.

“A economia depende da aprovação da Nova Previdência. O tema deixou de ser algo que o governo quer. Tornou-se pleito da sociedade, que exige da classe política uma resposta à altura de seus anseios. E, mais: quer uma resposta rápida, pois sabe que a aprovação da medida muda a cara do País, assegurando recursos para a continuidade do programa Minha Casa, Minha Vida e outros investimentos necessários à geração de empregos”, afirma Jafet.

Ao lado dessa temática, há uma série de outras coisas importantes acontecendo (ou para acontecer) que repercutem diretamente no mercado de imóveis. “E vamos analisar as principais delas com lideranças governamentais e do setor no Summit Imobiliário Brasil 2019, que mais uma vez promovemos em parceria com o Estadão. É o espaço que precisamos para discutir objetivamente caminhos e soluções para o desenvolvimento de nossas atividades”, diz.

A abertura pelo governador de São Paulo, João Doria, é seguida por palestra de Seth Weintrob, chefe global do Morgan Stanley. Dentre renomados palestrantes – que tratam de questões como investimentos, zoneamento, inovação, segurança jurídica e políticas públicas –, estão Flavio Amary (secretário estadual da Habitação), Fernando Chucre (secretário municipal de Desenvolvimento Urbano), Jair Mahl (Caixa Econômica Federal), André Perfeito (Necton), Carlos Zanvettor (Guide Investimentos e Rio Bravo) e Miltom D’Ávila (Itaú BBA). Finaliza o evento mesa-redonda com os CEOs Alexandre Frankel (Vitacon), Elie Horn (Cyrela) e Wilson Amaral (Pacaembu Construtora).   

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO