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17/10/2019

Nova etapa do saque do FGTS deve injetar r$ 1,8 bi na economia

A previsão é de que R$ 1,8 bilhão seja liberado a 4,1 milhões de pessoas

A Caixa Econômica Federal vai iniciar amanhã uma nova etapa da liberação do saque imediato do FGTS, medida criada pelo governo em julho como forma de tentar aquecer a economia. A previsão é de que R$ 1,8 bilhão seja liberado a 4,1 milhões de pessoas.

Na nova etapa do saque imediato, os trabalhadores nascidos em janeiro que não possuem conta do banco poderão sacar R$ 500 de cada conta ativa ou inativa. Para obter os recursos, o trabalhador deve comparecer a agências da Caixa com o documento de identidade.

Para quem possui senha do cartão cidadão, os saques de até R$ 500 estarão disponíveis também nas casas lotéricas e nos terminais de autoatendimento. Quem tem cartão cidadão e senha pode sacar também nas unidades Caixa Aqui apresentando documento de identificação.

Saques de até R$ 100 poderão ser feitos em unidades lotéricas, com apresentação de documento de identificação original com foto. A Caixa orienta o trabalhador a levar também sua carteira de trabalho para agilizar o atendimento.

Dúvidas sobre valores e direito ao saque podem ser consultadas no aplicativo FGTS, pelo site da Caixa ou pelo telefone 0800 724 2019 (disponível 24 horas).

O saque imediato libera até R$ 500 por conta ativa ou inativa do trabalhador. A retirada do valor não significa adesão à outra modalidade criada pelo governo em julho, a do saque aniversário (que permitirá a retirada parcial do saldo do FGTS anualmente).

A Caixa afirma que já pagou, em um mês, R$ 15 bilhões em crédito em conta para quase 37 milhões de trabalhadores. Ou seja, quase 40% dos 96 milhões de brasileiros que têm direito já receberam os valores.

Quem tem conta poupança na Caixa ou optou pelo crédito em outro tipo de conta do banco recebeu o dinheiro automaticamente.

Ao todo, os saques do FGTS podem resultar em uma liberação de cerca de R$ 28 bilhões para a economia neste ano. Para 2020, o valor adicional previsto é de R$ 12 bilhões. Mais de 96 milhões de brasileiros têm direito ao saque.

Taxa de administração – O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, disse ontem que estuda uma redução da taxa de administração dos recursos do FGTS. A afirmação foi dada após declarações contestando a tarifa e o monopólio do banco na gestão do fundo.

“A Caixa está estudando neste momento potenciais reduções na taxa de gestão. Já temos um número e há tranquilidade para ter essa redução”, disse em entrevista sobre a liberação dos saques do FGTS.

Guimarães não quis dar mais detalhes, dizendo que precisaria de aval do ministro da Economia, Paulo Guedes, para comentar o assunto. Segundo ele, no entanto, o avanço tecnológico (com várias operações feitas pelo celular, por exemplo) possibilita a redução das taxas cobradas.

Os técnicos da Caixa defendem que o banco usa a taxa de administração do FGTS para cobrir custos com o transporte do dinheiro e a segurança envolvida nas operações, como a do saque imediato que libera até R$ 500 por conta do fundo.

“A gente tem claramente um potencial de redução. Por outro lado, teríamos um gasto de R$ 1 bilhão nesses pagamentos (do saque imediato do FGTS). Estamos totalmente abertos à redução da taxa de gestão, porque o objetivo da Caixa é retornar aos brasileiros esses resultados que nós temos”, disse.

A declaração foi dada depois de surgir um movimento crescente no Congresso para baixar a cobrança. O relator da proposta que libera saques do FGTS, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), considera elevada a taxa de 1% ao ano sobre ativo total do fundo.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta semana que a Caixa rouba R$ 7 bilhões do trabalhador com a cobrança da taxa de administração do FGTS.

Também nesta semana, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, disse que o banco tem interesse em disputar uma concorrência pública para a gestão dos recursos após um possível fim do monopólio da Caixa Econômica Federal. O governo, no entanto, até hoje não propôs nenhuma medida nessa direção. (Folhapress)

FONTE: DIáRIO DO COMéRCIO