A Multiplan Empreendimentos Imobiliários anunciou na terça-feira (19) que assinou uma carta de intenções sobre tratativas da venda do edifício Diamond Tower, uma das duas torres componentes do complexo de escritórios Morumbi Corporate, localizado na cidade de São Paulo.
O compromisso foi assinado com o FII BTG Pactual Corporate Office Fund e refere-se à integralidade do Diamond Tower, pelo valor de R$ 810 milhões. A conclusão da operação depende de condições precedentes e de aprovação final das duas partes.
Se aprovada, a venda do edifício Diamond Tower para o fundo imobiliário do BTG Pactual será positiva para a Multiplan, diz a XP Investimentos. A corretora destaca que se trata de um preço atrativo para a companhia e que a transação fornece liquidez adicional em um cenário desafiador.
A analista da XP Bruna Pezzin diz que a operação permite à Multiplan voltar seu foco ao portfólio de shopping centers, que é o principal negócio da empresa.
Embora o “cap rate” (aluguel anualizado dividido pelo valor de compra) não tenha sido divulgado, com base nos dados de 2019 e assumindo que ambas as torres do complexo geraram receitas equivalentes e uma margem operacional líquida (NOI, mais usada no setor imobiliário) de cerca de 95%, a XP estima que a transação resultaria em um “cap rate” de aproximadamente 5,5% a 6%.
“Por outro lado, acreditamos que as torres corporativas em geral oferecem resiliência adicional ao portfólio”, pondera.
Os analistas do BTG Pactual também avaliam que o acordo para venda do edifício Diamond Tower pela Multiplan é positiva para a companhia. Eles consideram que o empreendimento foi vendido a um “cap rate” de 6,3%, um prêmio elevado em relação ao índice de 8,6% registrado pela companhia em 2019. O banco manteve a recomendação de compra para as ações, com preço-alvo de R$ 29,00.
Dado o tamanho do acordo, que representa 7% do valor de mercado da Multiplan, os analistas do BTG Pactual esperam uma reação positiva do mercado, calculando que ele terá um efeito positivo em torno de 2% sobre as ações.
Os analistas Gustavo Cambauva e Elvis Credendio destacam que o prédio tem 37 mil metros quadrados de área arrendável bruta (GLA, na sigla em inglês), com os espaços completamente alugados no primeiro trimestre.
