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16/04/2024

MRV eleva lançamentos em 150% no 1º tri, na incorporação nacional, e reduz queima de caixa (Valor Econômico)

Ricardo Paixão, diretor-financeiro da MRV&Co, afirma que o crescimento expressivo em lançamentos se deve mais a um primeiro trimestre fraco em 2023

A divisão de incorporação nacional da MRV&Co, que abrange as marcas MRV e Sensia, terminou o primeiro trimestre deste ano com lançamentos que somaram R$ 1,6 bilhão em valor geral de venda (VGV), alta de 150,4% sobre o primeiro trimestre do ano passado.

As vendas líquidas subiram 18,4% no mesmo intervalo, para R$ 2,1 bilhões. A velocidade de vendas, medida pelo índice de venda sobre oferta (VSO), cresceu 11,1 pontos percentuais nesse período, para 33,1%.

 

Ricardo Paixão, diretor-financeiro da MRV&Co, afirma que o crescimento expressivo em lançamentos se deve mais a um primeiro trimestre fraco em 2023. “Podemos esperar a MRV lançando entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões por trimestre, para entregar as vendas de R$ 8 bilhões a R$ 9 bilhões que divulgamos no guidance”, diz.

No trimestre, 45% dos lançamentos se enquadraram no grupo 1 do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que atende a famílias com renda de até R$ 2.640. Segundo Paixão, essa estratégia de atuar mais no segmento explica a queda de 17,3% no ticket médio da unidade lançada no período, que foi de R$ 236 mil.

Esse patamar de lançamentos no grupo 1 deve ser o “topo” do que a empresa fará nos próximos trimestres, de acordo com o executivo. Atualmente, 35% das vendas ocorrem no grupo 1.

 

Já o ticket médio da venda ficou em R$ 248 mil, crescimento de 13,7% em um ano. MRV e Sensia têm um banco de terrenos avaliado em R$ 47,6 bilhões em VGV, valor que caiu 6,2% em um ano.

As vendas com financiamento direto da companhia ao cliente cresceram 27,5% de janeiro a março, na comparação com o início de 2023, o que representa 1,17 mil unidades comercializadas dessa forma.

O segmento de incorporação nacional da MRV&Co registrou queima de caixa de R$ 18,6 milhões no primeiro trimestre, melhora ante a queima de R$ 120,8 milhões um ano antes.

Paixão afirma que incidiu sobre o trimestre um gasto maior com pagamento de terrenos. No ano, serão gastos R$ 750 milhões, mas R$ 250 milhões já foram quitados nos três primeiros meses do ano.

 

Ainda segundo ele, o incremento no preço de venda e a produção de unidades com margem maior deve impactar de forma positiva a geração de caixa no ano.

De todas as demais áreas do grupo MRV&Co, que inclui ainda a operação norte-americana Resia, a marca de empreendimentos residenciais para locação Luggo e a loteadora Urba, apenas a última apresentou geração de caixa no período.

A Resia terminou março com queima de caixa de R$ 274,9 milhões, redução ante os R$ 578,4 milhões de um ano antes. De toda a queima do grupo MRV&Co no primeiro trimestre (R$ 281,5 milhões), 97,6% ocorreram na Resia.

 

Paixão afirma que a companhia segue com o plano de tornar a Resia geradora de caixa em 2024. Novas vendas de empreendimentos da empresa devem ajudar nesse processo, afirma, e são esperadas para o segundo semestre. Não houve vendas no primeiro trimestre.

Na Luggo, a queima de caixa foi de R$ 5,1 milhões, comparável a R$ 34,5 milhões um ano antes. A empresa também não apresentou venda de empreendimentos.

 

Paixão afirma que a comercialização deve voltar ocorrer já no segundo trimestre. “Luggo também é geradora de caixa no ano, nosso planejamento é que todas as empresas tenham no mínimo caixa neutro”, diz.

A loteadora Urba registrou vendas de R$ 13 milhões, que da de 33% em um ano. O banco de terrenos do segmento cresceu 60,4% em VGV nesse intervalo, para R$ 1,9 bilhão.

Segundo Paixão, o banco estava pequeno demais para a operação que a empresa deseja ter, e a Urba precisa de mais áreas na reserva porque a aprovação de projetos de loteamento é mais demorada do que de incorporação, levando até seis anos para se concretizar.

 

“Ambicionamos uma operação bem grande para a Urba, mas estamos com restrição de capital, o plano é que ela cresça o máximo possível sem necessidade de equity”, diz. Por isso, a empresa deve “andar de lado” em 2024.

A Urba gerou R$ 17,1 milhões de caixa no primeiro trimestre, ante queima de R$ 55 milhões no início de 2023.

FONTE: VALOR ECONôMICO