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22/01/2019

Mercado pode crescer 10% com ajustes no plano diretor

Se forem aprovadas rapidamente as calibragens na prefeitura, é razoável estimar um crescimento de 10%

Os lançamentos e as vendas de empreendimentos imobiliários na cidade de São Paulo em 2019 podem subir até 10% em relação a 2018 caso a prefeitura atenda os pedidos de empresários de ajustes no Plano Diretor, de acordo com estimativa do vice-presidente de incorporação e terrenos urbanos do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), Emílio Kallas.

“Se forem aprovadas rapidamente as calibragens na prefeitura, é razoável estimar um crescimento de 10%. Sem isso, o mercado vai se arrastar, perto da estabilidade, com a comercialização de projetos que já estavam aprovados”, disse.

Segundo Kallas, o reaquecimento da atividade das incorporadoras evidenciou a falta de terrenos para projetos nos arredores de vias com corredores de ônibus e estações de trens e metrôs, justamente onde o Plano Diretor incentiva novas construções. “Com poucos lançamentos durante a crise, esse problema não aparecia. Agora, a falta de terrenos está fazendo com que os novos projetos migrem para regiões periféricas”, conta.

Por conta disso, os empresários pedem que a prefeitura flexibilize os limites de construção e reduza o valor da outorga (licença) para o desenvolvimento imobiliário. “Quanto mais caro o insumo, mais caro para os consumidores”, diz o vice-presidente.

Kallas estima que o mercado imobiliário de São Paulo tenha fechado o ano de 2018 com lançamentos de 30 mil unidades e vendas de 28 mil unidades, aproximadamente. Se confirmado, isso representará alta de 5% e 18%, respectivamente, em relação a 2017. “O mercado vem se aquecendo nos últimos meses, especialmente após a definição das eleições”, avalia. “Temos visto maior movimento nos estandes e maior velocidade na decisão de compra pelos consumidores.”

A pesquisa mais recente do Secovi-SP mostra que o mercado de imóveis residenciais novos da cidade em novembro teve elevação de lançamentos e vendas quando comparado com outubro, mas mostrou leve recuo ante igual período do ano passado. Foram vendidas 3,843 mil moradias em novembro, 36,5% superior a outubro e 0,6% inferior a novembro do ano anterior. Os lançamentos chegaram a 6,068 mil unidades, 29,3% acima de outubro e 7,3% abaixo de novembro de 2017. Já no acumulado do ano o mercado imobiliário paulistano registrou expansão. Entre janeiro e novembro de 2018, as vendas totalizaram 24,725 mil unidades, alta de 32,5% frente ao mesmo período de 2017. E os lançamentos, de 25,042 mil, tiveram crescimento de 15,8% na mesma base de comparação anual.

Estoques - Com mais lançamentos do que vendas em novembro, o estoque de imóveis residenciais novos (na planta, em obras e recém-construídas) na capital cresceu e atingiu 20,237 mil moradias, alta de 10,6% em relação a outubro e de 3,6% em comparação a novembro do ano anterior. Apesar do crescimento no mês, o estoque ainda está distante do seu pico de 28 mil unidades de 2015. Kallas diz que preços de imóveis novos, em fase de lançamento, ainda têm uma defasagem na ordem de 10% a 15% ante o que e seria considerado normal para fazer frente aos riscos do negócio, mas com o reaquecimento a situação vem mudando, segundo ele. Pesquisas recentes mostram que preços seguem deprimidos, a despeito da retomada. O preço médio dos imóveis caiu 0,21% em 2018 contra 2017, segundo a Fipe.

FONTE: DCI