Henrique Almeida
Os bancos de Portugal estão emprestando mais dinheiro para a compra de moradias desde que o país recebeu socorro financeiro em 2011, alimentando uma recuperação do mercado imobiliário, que vinha sendo puxado apenas por investidores estrangeiros.
A concessão de novos financiamentos imobiliários aumentou quase 52% entre janeiro e maio, para € 1,29 bilhão, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o Banco de Portugal. É o maior número desde a concessão de € 2,9 bilhões em financiamentos imobiliários nos primeiros cinco meses de 2011, quando o país buscou ajuda financeira da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional, programa que foi encerrado no ano passado.
"O período do pacote financeiro deixou muitos portugueses fora do mercado porque os bancos pararam de emprestar", diz Nuno Durão, diretor da imobiliária Fine & Country de Lisboa. "Os estrangeiros é que vêm movimentando o mercado imobiliário nos últimos anos, mas há sinais de que os portugueses estão voltando."
Compradores estrangeiros responderam por 90% dos € 730 milhões euros investidos em imóveis no país no ano passado, segundo dados da Aguirre Newman, uma consultoria de imóveis de Lisboa.
Os preços das moradias em Portugal subiram 0,8% no primeiro trimestre, a sexta alta trimestral consecutiva (sempre em relação ao mesmo período do ano anterior). O número de transações imobiliárias no primeiro trimestre cresceu 38,3%, para 25.716, o maior volume desde o quarto trimestre de 2010, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas.
Cerca de 76% das moradias de Portugal são ocupadas pelos proprietários, de acordo com Vitor Reis, diretor do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana de Portugal, que tenta proporcionar moradias a aluguéis acessíveis. "Portugal está entre os países da UE com o menor número de pessoas morando de aluguel", diz.