Ernani Fagundes
A exemplo do ocorrido em todo o mercado bancário, os depósitos em caderneta de poupança no Santander Brasil recuaram 2,6% no segundo trimestre de 2015 para R$ 36,595 bilhões, ante R$ 37,569 bilhões no período anterior.
Os depósitos à vista também recuaram 2,7% em igual período de comparação para R$ 14,842 bilhões, ante o volume de R$ 15,255 bilhões anterior. Para compensar essa queda de funding (recursos para financiamento), o banco aumentou a captação via emissão de letras financeiras (LFs) e letras de crédito imobiliário (LCIs).
"Tem um problema de funding em um momento que a poupança no atual contexto do País está caindo a cada mês. E obviamente temos que ter um funding um pouco mais caro através das letras financeiras para financiar o nosso crescimento do crédito imobiliário", respondeu o presidente do Santander Brasil, Jesús Zabalza, em teleconferência sobre os resultados realizada ontem.
Segundo o balanço apresentado, o volume de recursos em letras financeiras cresceu 15,5% para R$ 51,015 bilhões em junho último, ante R$ 44,159 bilhões de março. As letras financeiras são papéis com prazo mínimo de dois anos e em geral pagam remuneração próxima aos juros do depósito interfinanceiro (DI), atualmente em 13,64% ao ano. Já a caderneta de poupança paga taxa referencial (TR) mais 6,18% ao ano, ou seja, cerca de 7% em doze meses, mas representando um custo de funding de financiamento imobiliário mais interessante às instituições financeiras.
O Santander Brasil também avançou na captação por meio de letras de crédito imobiliário (LCIs), que são papéis isentos do imposto de renda (IR) para pessoas físicas. Nesse caso, por causa do incentivo tributário, o custo do funding para grandes bancos como o Santander fica abaixo da taxa de juros do DI.
Crescimento do lucro - O lucro líquido gerencial do Santander Brasil aumentou 16,6% para R$ 1,675 bilhão no segundo trimestre de 2015, frente igual período de 2014. A margem financeira bruta melhorou 11,9% na comparação entre iguais trimestres.
O volume em crédito imobiliário para pessoas físicas evoluiu 35,4% em 12 meses para R$ 24,235 bilhões. Já o saldo de financiamento às empresas (grandes, médias e pequenas) encolheu 3,2% para R$ 137,5 bilhões em junho, ante março.