Chiara Quintão
O presidente da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Rubens Menin, disse não ter dúvida que o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida terá continuidade em um governo Michel Temer. "Não tenho dúvida que o programa será mantido."
Menin é controlador e presidente do conselho de administração da MRV Engenharia, principal operadora do Minha Casa, Minha Vida, com atuação nas faixas 2 e 3.
Segundo o empresário, para o setor de incorporação, é necessário que o crédito imobiliário seja reestruturado e que haja queda da taxa de juros. "Precisamos reestruturar o funding no Brasil", afirmou. Somente desta forma, de acordo com o presidente da Abrainc, será possível ampliar o crédito imobiliário de 8% para 20% do PIB.
A mudança na estrutura de captação de recursos pode contribuir para investimentos externos no setor. Tradicionalmente, a poupança é a maior fonte de financiamento imobiliário do país. De janeiro a abril, os saques líquidos da poupança somam R$ 32, 296 bilhões.
Em relação à economia, a avaliação de Menin é que o governo precisa fazer reformas urgentes. "Todo governo tem o potencial para fazer as reformas no primeiro ano, mas perde isso", afirmou, citando que foi assim nos governos de Dilma Rousseff, Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso. "Temer precisa aproveitar o momento zero para fazer as reformas", acrescentou.
As quatro reformas mais urgentes, segundo o presidente da Abrainc, são as da previdência, tributária, política e trabalhista. "A quinta é estruturar toda a parte de concessões e privatizações", diz.
Para Menin, Temer tem condições de realizar as mudanças às quais se propõe. "Hoje ele quer. Espero que continue querendo pelos próximos seis meses", diz. Segundo ele, há boa vontade do Congresso e da população para que isso ocorra.