Por Renan Truffi
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou alguns dos principais ministros do governo para discutir, nesta terça-feira, o lançamento de um programa de crédito para reforma de casas de pessoas de baixa renda. A reunião está prevista para ocorrer às 9h no Palácio do Planalto e terá como participantes os ministros da Casa Civil, Rui Costa, da Fazenda, Fernando Haddad, das Cidades, Jader Barbalho, e o presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, entre outros auxiliares.
Lula já argumentou em mais de uma ocasião que o programa será importante porque existem, segundo o presidente, cerca de 4 milhões de casas sem um banheiro no Brasil. Como forma de garantir ações desse tipo, no entanto, o governo também vem discutindo há algum tempo a ampliação do “funding” para o financiamento imobiliário no país. Para isso, é preciso ser estabelecido um teto em relação aos juros e uma porcentagem de recursos que sejam destinados exclusivamente para a habitação.
Como mostrou o Valor recentemente, o Banco Central e as instituições financeiras têm na mesa diversas possibilidades para ampliar o “funding” para o financiamento imobiliário. As medidas discutidas vão desde a securitização das carteiras até uma revisão dos depósitos compulsórios sobre a poupança. O objetivo é driblar a tendência de queda estrutural do saldo da caderneta, que hoje é a principal fonte de recursos para o setor.
Em junho, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que espera anunciar em breve um novo modelo de financiamento para o setor imobiliário, que funcionará como uma ponte entre o sistema baseado na poupança e as fontes de mercado. Segundo ele, a questão da poupança “impõe ao Banco Central e ao sistema financeiro a busca por alternativas de funding”.
O desenho que o Banco Central gostaria de emplacar, segundo apuração do Valor, passa pelo desenvolvimento de um mercado secundário. As instituições financeiras venderiam pedaços de suas carteiras de crédito imobiliário “empacotados” na forma de certificados de recebíveis imobiliários (CRI). Com isso, abririam espaço em seus balanços para fazer novas operações.