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02/07/2025

Leilão de nova sede do governo paulista deve atrair construtoras e fundos - Estadão

Governador Tarcísio de Freitas acredita que a licitação deverá ser bem-sucedida.

Por Circe Bonatelli

A licitação da nova sede do governo de São Paulo, na região central da capital paulista, deve atrair construtoras e fundos de investimentos. A tendência é a formação de consórcios para a disputa do projeto, que prevê R$ 5,4 bilhões em investimentos. “O projeto está atrativo, tem interesse de mercado, e a gente deve ter um leilão bem-sucedido”, afirmou à Coluna o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. “Antes de lançar um edital, a gente verifica a viabilidade, discute muito com o mercado para fazer os ajustes e garantir, de fato, a atratividade”, comentou.

A consulta pública sobre o projeto foi realizada entre janeiro e março, tendo recebido 268 contribuições, com 64% das sugestões total ou parcialmente acolhidas pelo governo. As alterações resultaram em ajustes no edital, especialmente em temas como desapropriações, garantias e alocação de riscos.

Entre as empresas participantes da consulta apareceu o grupo espanhol Acciona, que atua com concessões de infraestrutura. A empresa foi, inclusive, responsável pela transformação da antiga estação ferroviária Júlio Prestes na Sala São Paulo, nos Campos Elísios, a poucos metros de onde ficará a futura nova sede do governo paulista.

Construtora e assessoria também opinaram

Outra interessada no projeto foi a Construcap, construtora que fez a sede da Natura, em Cajamar (SP); o Templo de Salomão, no Brás; e a reforma do Mineirão, em Belo Horizonte, entre outras obras. A consulta teve participação também da Sete Partners, holding de investimentos e assessoria financeira em projetos nas áreas de construção, varejo, energia e tecnologia. As empresas informaram que a licitação está em fase em avaliação interna.

O novo complexo paulista reunirá sedes de secretarias e órgãos estaduais atualmente espalhados por mais de 40 imóveis da cidade. A nova estrutura terá capacidade para cerca de 22,7 mil servidores, distribuídos em sete edifícios e dez torres. Também estão previstos teatro, auditórios, salas multiuso e áreas de lojas - estas últimas poderão ser exploradas como fontes de receita extra pelas concessionárias.

O edital para a concessão foi publicado em 24 de junho, e a abertura das propostas está prevista para 10 de outubro. A concessão será na modalidade de Parceria Público-Privada (PPP), com prazo de 30 anos. O critério de julgamento será o maior desconto sobre a contraprestação anual máxima, fixada em R$ 824,3 milhões.

Favela do Moinho

O governo trabalha na desapropriação da Favela do Moinho, na mesma região, onde será construída uma estação de trem e um parque público. Isso dependerá do direcionamento das 880 famílias para outras moradias, numa iniciativa que também envolverá o governo federal, que é o dono do terreno ocupado pela comunidade. “A gente tem que, imediatamente, entrar, ocupar o terreno e transformar aquilo em equipamento”, afirmou Freitas à Coluna. “Com as pessoas já assistidas, dentro do programa habitacional, não podemos perder tempo”, ressaltou.

FONTE: ESTADãO