Fabiana Lopes
O Itaú Unibanco se manteve na liderança do setor financeiro privado pela métrica de ativos, considerando os dados divulgados ontem. O banco, porém, teve um recuo em seu total de ativos na comparação trimestral, o que deixou o Bradesco ainda mais próximo de alcançar seu rival privado, principalmente após a compra do HSBC.
O Itaú encerrou o segundo trimestre com ativos totais de R$ 1,231 trilhão, enquanto o Bradesco reportou soma de R$ 1,030 trilhão. Considerando os ativos do HSBC ao final de junho, caso já tivesse sido incorporada a filial do banco britânico, o Bradesco passaria a reportar um total de R$ 1,195 trilhão em ativos. Ou seja, uma diferença de R$ 35 bilhões do Itaú.
Vale notar, entretanto, que os ativos do HSBC referentes ao segundo trimestre são apurados no padrão contábil IFRS e, portanto, pode ainda haver uma diferença nessa soma quando o banco divulgar seus resultados semestrais no padrão contábil adotado no Brasil (BRGaap), no fim de agosto. Pelo padrão contábil internacional, o banco reportou ativos de US$ 53,5 bilhões, o equivalente a R$ 165,7 bilhões (considerando o câmbio de 30 de junho, de R$ 3,09).
Mesmo sem o HSBC, o Bradesco, se aproximou ainda mais do Itaú na conta de ativos nos últimos três meses. A soma de ativos totais do Itaú caiu 5% na comparação trimestral, enquanto que essa linha recuou menos no Bradesco em igual período - 0,38%.
Questionado em teleconferência com a imprensa se o Itaú faria algum esforço para manter a liderança em ativos, o diretor de relações com investidores, Marcelo Kopel, disse que não era a meta do banco. "Nós vamos crescer na velocidade que a economia permitir e dentro do nosso apetite de risco. Nós não temos uma meta de perseguir crescimento de ativos simplesmente para liderar ranking."
No caso do Itaú, além do recuo no crédito, pesou sobre a soma de ativos, principalmente, três aspectos. O primeiro, e maior impacto, veio do menor volume de aplicações interfinanceiras de liquidez, que se reduziram em 14,5% no período. Em segundo lugar, a carteira de câmbio recuou 20,7%. E, por fim, a soma de derivativos também caiu, 19,7%.