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14/11/2025

Intenção de compra de imóveis se mantém estável, mas mercado mostra sinais de cautela – Papo Imobiliário

A mais recente edição da Pesquisa Raio-X FipeZAP, referente ao 3º trimestre de 2025, revela um cenário de estabilidade no interesse dos brasileiros pelo mercado imobiliário, mas também indica um comportamento mais cauteloso entre compradores e investidores.

Conforme o levantamento, a participação de compradores — grupo que efetivamente adquiriu um imóvel nos últimos 12 meses — registrou um leve recuo, passando de 13% no mesmo período de 2024 para 12% em 2025. Entre eles, a preferência por imóveis usados se manteve amplamente dominante, representando 79% das aquisições.

O principal objetivo de compra continua sendo o investimento, embora tenha oscilado ligeiramente de 43% no 2º trimestre para 42% no 3º trimestre deste ano. Dentro desse grupo, 71% dos investidores afirmaram buscar renda com locação, enquanto 29% apostam na revenda após valorização. Já entre os compradores com foco em moradia, a maioria (58%) declarou intenção de “morar com alguém”, superando os que planejam morar sozinhos (21%) ou destinar o imóvel para outra pessoa (21%).

No campo das intenções de compra, 35% dos entrevistados afirmaram planejar adquirir um imóvel nos próximos três meses — percentual semelhante ao de trimestres anteriores. A maioria (47%) se mostrou indiferente entre imóveis novos e usados, enquanto 42% preferem usados e apenas 11% buscam unidades novas. A moradia continua sendo o principal motivo da compra para 90% dos potenciais compradores, especialmente para quem pretende dividir o lar com outra pessoa (76%).

Já as transações classificadas como investimento representaram 36% do total nos últimos 12 meses, retomando o patamar observado em março. A locação segue como principal estratégia entre investidores (72%), reforçando uma tendência consolidada nas últimas edições da pesquisa.

Outro destaque foi o aumento das negociações com desconto. O percentual de transações que tiveram redução no preço anunciado chegou a 68%, próximo ao recorde histórico de 70%. O desconto médio geral se manteve em torno de 8%, e entre as operações que tiveram abatimento, a média foi de 11%.

A percepção dos preços também apresentou leve melhora: 67% dos respondentes ainda consideram os valores “altos ou muito altos”, mas o índice é inferior aos 72% registrados no mesmo período de 2024. Já os que consideram os preços “razoáveis” subiram de 19% para 20%, e os que avaliam os valores como “baixos ou muito baixos” passaram de 3% para 4%.

Em relação às expectativas, o número de participantes que projetam aumento nos preços dos imóveis nos próximos 12 meses caiu de 40% para 39%, enquanto cresceu o grupo que acredita em estabilidade (23%) e o que prevê queda (12%). A variação média esperada é de uma alta nominal de 2,5% no período.

Os dados reforçam um movimento de acomodação do mercado, com investidores e compradores mais seletivos e atentos às condições econômicas e de crédito.

FONTE: PAPO IMOBILIáRIO