A inteligência artificial continua tomando assento no mercado imobiliário. O apoio tecnológico é visto como um caminho sem volta, a ser adotado por cada vez mais imobiliárias, segundo o gestor de Relacionamentos Estratégicos da Lais, solução de inteligência artificial (IA) voltada para o segmento, Diego Bonastre. Para ele, a inteligência artificial é hoje uma aliada estratégica das empresas. “A IA é o assunto da vez no mercado imobiliário. O pessoal vem absorvendo muito bem a tecnologia, inclusive dando ideias pensando no potencial que pode atingir no restante da jornada do cliente dentro da imobiliária”, afirmou Bonastre, durante a palestra Imobiliária 3.0: a era da inteligência artificial e gestão de dados, no Encontro Secovi-SP do Mercado Imobiliário da Baixada Santista. Conforme ele, a tecnologia permite atender 100% dos potenciais clientes de forma humanizada e contínua, 24 horas por dia, oferecendo ao corretor e ao gestor uma base sólida para agir com eficiência e personalização. Bonastre diz que a ferramenta da Lais já está em mil imobiliárias, com mais de 3 milhões de usuários que conversaram com seu sistema de IA procurando serviços do setor. De acordo com ele, o avanço se deve à presença da IA generativa, tipo de inteligência artificial que cria novos conteúdos com base em dados existentes.
Resistência inicial “Foi difícil no começo, porque eu, como profissional do mercado imobiliário, defendo muito a humanização no atendimento. Só que eu nunca tinha visto uma IA generativa atendendo. E a gente tem uma IA bem avançada. Então é bom ver que a gente não precisa só ensinar o mercado a usar. Conversando como se fosse com um humano, se consegue extrair a melhor experiência e evoluir na tratativa”. O especialista lembra que a IA é um ingrediente para “otimizar” a relação entre corretores mais novos e os mais antigos, do tempo em que a tecnologia não era ainda parte integrante do negócio. Corretores “O perfil do corretor mais antigo vem mudando com o tempo. Antigamente, a gente via que o dono da imobiliária era um corretor que tinha sido muito bem-sucedido. E esse corretor já está passando o bastão da imobiliária dele”, afirma Bonastre. “Nessa sucessão, está vindo um pessoal mais jovem, com uma formação diferente, voltado mais para o processo e a tecnologia. E o mix desses dois mundos está sendo bacana. A simbiose vem ocorrendo de forma tranquila, entendendo a sensibilidade de cada uma das pontas”, completa ele. Dotar máquinas para nos servir Para o vice-presidente de Interior do Secovi-SP, Frederico Marcondes César, as empresas que não entenderem as vantagens com a tecnologia sofrerão consequências na corrida pela melhora nos processos de atendimento aos clientes. “A inteligência artificial é uma ferramenta de complemento à atividade comercial ligada a imóveis, com a vantagem de trabalhar 24 horas para nós, de segunda a segunda, sete dias na semana. Antes você tinha que manter um plantonista para poder atender clientes”. Para ele, é um aprimoramento do negócio que sugere inteligência e adaptação. “O empresário tem que fazer a leitura do momento, do mercado e se adequar a isso”. De acordo com Marcondes César, o entendimento do ser humano sobre seu papel no trato com a IA é imprescindível para que os processos prosperem. “Nós temos que dotar a máquina de todas as informações para nos servir. E daí nós temos que informar as pessoas, orientar as pessoas como usar essa ferramenta. Porque se ela não sabe usar a ferramenta, não vai saber usar esse processo. Então qual é a questão? Usar a ferramenta, mas também qualificar as pessoas para isso. Não é o fim do trabalho humano e, sim, o início de uma nova relação”