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21/06/2022

Incorporadora pernambucana Haut estreia em São Paulo com hotel de luxo

Empresa também deve lançar até o fim do ano um edifício residencial da cidade

Por Ana Luiza Tieghi  

A incorporadora de alto padrão Haut, do Recife, terá seu primeiro empreendimento em São Paulo. A empresa vai construir e operar o hotel de luxo Artsy no Itaim Bibi, zona oeste da capital. A obra, estimada em R$ 32 milhões, começa no início do próximo ano e o hotel deverá entrar em operação no primeiro trimestre de 2025. 

A Haut tem também mais um terreno, já comprado na cidade, perto do parque Ibirapuera, reservado para um projeto residencial. Segundo a incorporadora, serão 10 apartamentos, de 180 metros quadrados cada, e o valor geral de venda potencial é de R$ 42 milhões. O residencial será lançado no fim do ano, de acordo com Thiago Monteiro, CEO da Haut. 

A incorporadora quer divulgar o hotel antes do residencial porque espera que a hospedagem sirva de vitrine para seus negócios na capital paulista e no Nordeste. 

Monteiro diz que o hotel está para o segmento imobiliário da empresa como uma passarela está para uma marca de moda. “A hotelaria pode ser muito menor. O hotel Emiliano, por exemplo, é uma das principais marcas quando se fala em luxo no país e só tem 40 apartamentos”, diz. “Como na moda, nós podemos explorar, fazer desfiles mirabolantes e apresentar coisas inusáveis, mas que vão reverberar e posicionar a marca em outro patamar”, compara. 

O hotel vai ocupar um terreno de 400 metros quadrados e terá 30 suítes, metade delas com piscinas privativas. Os quartos serão temáticos, sobre movimentos artísticos. O empresário afirma que o movimento antropofágico, presente da Semana de Arte Moderna de 1922, será um deles, assim como o Bauhaus, o expressionismo de Nova York e o movimento Armorial, do Nordeste brasileiro. 

As exceções serão as suítes do último andar, inteiramente brancas. “[Queremos] o nível máximo de branco possível, com maçanetas, piso, paredes, torneiras, como uma provocação, uma tela em branco esperando o próximo movimento aparecer para ser incorporado ao hotel”, explica Monteiro. 

Haverá uma área comum, aberta ao público, 10 metros abaixo do nível da rua, onde ficarão plantas e um restaurante. A ideia de Monteiro é que o hotel não tenha um lobby central, mas que os hóspedes acessem seus quartos por meio de uma escada rolante, com equipamento de identificação facial. A estrutura do hotel será formada por blocos e, também haverá espaço para exposições de arte. 

As diárias devem custar a partir de R$ 2.500. Para fazer reserva, será preciso ser indicado ou filiado a organizações de arte com convênio com o hotel. “Ao mesmo tempo que ele será inclusivo, qualquer pessoa pode ter acesso, será exclusivo porque queremos tratá-lo como um clube fechado, só se hospeda através de indicações”, afirma Monteiro. 

A Haut construiu e já opera, no litoral de Alagoas, o hotel de luxo Pedras do Patacho. No segmento residencial, a incorporadora vai entregar um prédio em setembro, em João Pessoa (PB), e tem outros sete edifícios em construção, no Recife, com previsão de entrega para 2023 e 2024. 

Monteiro conta que a Haut tentava há dois anos comprar um terreno para lançar em São Paulo. Quando conseguiram, decidiram segurar o projeto de um hotel Artsy no Recife e focar no endereço paulista. “Infelizmente existe essa lógica, que ainda não conseguimos quebrar, de São Paulo ser vitrine e depois você trazer para outros mercados”, diz. 

(Matéria publicada em 21/06/2022)

FONTE: VALOR ECONôMICO