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22/04/2025

Incorporadora de Guarulhos vai quase dobrar de tamanho com Minha Casa, Minha Vida - Estadão

Cavazani atua nas faixas 2 e 3, e vai lançar 5,6 mil apartamentos nos próximos dois anos

 

Por Circe Bonatelli

As condições favoráveis de contratação dentro do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) têm atraído um número crescente de incorporadoras para o segmento. Exemplo disso é a Cavazani, empresa familiar de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, que está se preparando para quase dobrar de tamanho. A incorporadora vai lançar 5,6 mil apartamentos nos próximos dois anos na região. O montante é 80% maior do que as 3 mil unidades já entregues pela empresa desde sua fundação, em 2008.

“Avaliamos o programa Minha Casa, Minha Vida de forma muito positiva. Os juros reduzidos, as parcelas acessíveis e o maior tempo de financiamento são facilitadores do acesso à casa própria”, afirma Cecília Cavazani, copresidente da empresa, que tem o marido Eduardo como sócio. A família sempre se dedicou à construção, mas resolveu dar corpo ao negócio nos últimos anos, quando o MCMV ficou mais atrativo após corte de juros e aumento de subsídios.

A incorporadora produz apartamentos dentro das faixas 2 e 3 do MCMV, que foram atualizadas esta semana, passando a abranger um público maior. A faixa 2 atendia famílias com renda mensal até R$ 4,4 mil, que agora passou para R$ 4,7 mil, enquanto na faixa 3 o ajuste foi de R$ 8 mil para R$ 8,6 mil. Os apartamentos da Cavazani têm área de 38 a 42 metros quadrados e saem por R$ 274 mil a R$ 340 mil, em média.

Empresa avalia entrar na faixa 4

Dentro do MCMV, os financiamentos têm juros subsidiados pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e vão até 8,16% ao ano na faixa 3, um nível bem abaixo das linhas de mercado, que estão em torno de 12%. É isso que tem garantido a demanda. Neste momento, a Cavazani avalia também entrar na recém-criada faixa 4 do MCMV, destinada a famílias com renda até R$ 12 mil e crédito com taxas de 10%

O segmento, entretanto, exigiria mudanças no perfil dos imóveis da construtora. “Estamos estudando expandir nossa atuação para a faixa 4. Enxergamos um mercado amplo e promissor nesse segmento”, diz Cecília. “Entrar nessa faixa nos permitirá atender um público que também busca o primeiro imóvel, mas com outras configurações de renda e expectativas.”

Neste plano de crescimento, a Cavazani vai chegar a novas cidades além de Guarulhos, onde concentrou suas atividades até aqui. A empresa já comprou terrenos na zona leste de São Paulo e em São José dos Campos, onde fará alguns de seus próximos lançamentos. “A disputa em áreas como a capital já é intensa há algum tempo, mas acreditamos que sempre há possibilidade de conseguir bons terrenos”, afirma a copresidente.

Mão de obra é gargalo

Outro gargalo a ser superado para o crescimento é a escassez de mão de obra qualificada. “Nos últimos tempos, encontramos dificuldades com a contratação de mão de obra devido ao aquecimento do mercado e também à não renovação de profissionais do campo, como pedreiros e ajudantes”, comenta, citando a necessidade de reforçar o planejamento para os próximos projetos.

 

FONTE: ESTADãO