O mercado imobiliário nos bairros nobres do Rio de Janeiro registrou uma reviravolta nos últimos 12 meses. Enquanto entre agosto de 2013 e agosto de 2014 a alta no preço médio do metro quadrado nos 20 bairros mais valorizados da cidade chegou a 17%, nos últimos 12 meses encerrados em agosto deste ano a maior alta de preços registrada nesses bairros foi de 5,8%, em Santa Teresa.
É o que aponta um levantamento feito pelo FipeZap, a pedido de EXAME.com. A pesquisa tomou como base apartamentos prontos para morar na cidade. O estudo inclui desde unidades antigas até empreendimentos que acabaram de ser entregues, em diferentes estados de conservação.
Além de Santa Teresa, todos os aumentos de preços do metro quadrado nos bairros mais valorizados da cidade ficaram abaixo da inflação calculada pelo IPCA no período, de 9,53%, o que significa que houve queda real de preços. São eles: Tijuca (2,8%), Glória (2,8%), São Conrado (2,6%), Jardim Botânico (2,2%), Leblon (2%), Barra da Tijuca (1,7%), Flamengo (1,5%), Ipanema (1,2%), Catete (0,7%) e Laranjeiras (0,6%).
Em outras quatro regiões, os preços ficaram praticamente estáveis: Botafogo (-0,1%), Leme (0,1%), Lagoa (0,3%) e Gávea (0,5%).
Já em cinco dos 20 bairros pesquisados houve queda nominal nos preços do metro quadrado no período: Humaitá (-6%), Cosme Velho (-5,1%), Centro (-1,8%), Urca (-1,3%) e Copacabana (-1,1%).
O desaquecimento do mercado imobiliário na cidade é influenciado pela crise econômica no país, que provoca aumento do desemprego e diminui a demanda pela compra de imóveis.
O cenário negativo também faz com que os bancos restrinjam a concessão de crédito para compra das unidades, como forma de se proteger contra um provável aumento da inadimplência. No período, os financiamentos também ficaram mais caros devido às consecutivas altas dos juros no país, o que limita o acesso dos compradores a esses empréstimos.
A economia recessiva também tem impacto negativo sobre o valor dos aluguéis na cidade, que despencaram neste ano.