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13/05/2022

Imóveis de alto luxo têm desconto maior na venda

Índice aponta que as unidades do mercado secundário com valores entre R$ 925 mil e R$ 1,2 milhão têm média de 13% de redução entre o valor anunciado e o de venda

Imóveis na faixa de R$ 1 milhão são os que apresentam maior desconto entre o valor anunciado e o realizado na cidade de São Paulo, segundo o novo índice Lopes Avalia, levantamento trimestral da rede de imobiliárias que foi lançado nesta semana. A nova ferramenta online, disponível ao público em geral, utilizou como base de estudo mais de 105 mil anúncios cadastrados na plataforma da empresa e cinco mil negócios concretizados nos últimos três anos.

 

Um dos focos da análise é justamente o intervalo de negociação, fator que mede o desconto entre os valores pedidos e os cobrados por faixa de preço, região e tipo de imóvel. Propriedades acima dos R$ 2 milhões, por exemplo, tiveram desconto médio de 10,19%. Já o valor final dos imóveis que custam entre R$ 400 mil e R$ 500 mil foi o que menos cedeu final de venda: 8,63%.

Quanto ao tipo de imóvel, as casas costumam ter maior margem de negociação para baixo: 10,75%, na média, contra 9,30% entre os apartamentos. No mapeamento por bairro, imóveis na região do Pacaembu têm desconto médio de 23% no valor definido em contrato. Outros endereços nobres, como Cidade Jardim e Alto de Pinheiros, estão entre os top 5 dentre as regiões com maior intervalo de negociação – ambos na faixa dos 17%.

 

O Lopes Avalia confirmou ainda que os bairros da Vila Nova Conceição, Jardim Europa e Vila Olímpia são os que apresentam o maior preço médio de metro quadrado da capital paulista – R$ 16,1 mil, R$ 15,9 mil e R$ 13,9 mil, respectivamente. Já o IPTU mais caro fica na Chácara Klabin, R$ 6,13 por metro quadrado, enquanto a maior taxa condominial está no Itaim, R$ 13,08 por metro quadrado.

“O índice empodera as diferentes pessoas envolvidas na cadeia do setor a tomar decisões mais bem informadas”, afirma Daniela Angelico Lopes, head de Marketing da Lopes.

 

Segundo ela, o conhecimento extraído dos dados ajudará os corretores e franqueados a qualificar o ‘pitch’ de compra e venda dos imóveis da rede, bem como permitirá um entendimento mais amplo quanto a tendências e regiões para investimento ao cliente final.

“Mais do que uma análise dos anúncios, o levantamento mostra transações realizadas em 110 das 113 zonas de valor imobiliário na cidade de São Paulo, o que dá um panorama bastante representativo do mercado real”, diz Daniela.

 

Valor da locação reflete retorno ao trabalho

 

Itaim, Vila Mariana, Moema, Saúde e Jardim Paulista, bairros vizinhos a eixos financeiros, têm o mercado de aluguel mais aquecido

As zonas central e sul da cidade de São Paulo foram os locais mais procurados para quem buscou alugar um imóvel no último ano. Entre março deste ano e o mesmo mês de 2021, bairros localizados nas duas macrorregiões foram responsáveis por gerar o maior número de leads no portal imobiliário ZAP Imóveis. A informação consta no estudo "Radar imobiliário — Termômetro DataZap+", que acaba de ser concluído.

 

No ranking das localidades mais procuradas para locação no período da pesquisa, Itaim, Vila Mariana, Moema, Saúde e Jardim Paulista produziram quase 400 mil leads. Segundo Pedro Tenório, economista do grupo ZAP, existe uma relação direta entre essas localidades e o momento de retomada da economia vivido pelo país. “Essa busca representa a necessidade das pessoas de procurar moradia perto do emprego com a volta progressiva do trabalho presencial”, avalia Tenório, acrescentando que as vagas dos empregos no setor de serviços também voltaram gradativamente no último ano, com o fim do distancia-mento social, o que foi refletido no recorte da pesquisa.

 

Na lista estendida dos bairros mais procurados para morar de aluguel, Perdizes (6º) e Vila Andrade (9º) foram os únicos que perderam volume de leads na comparação entre os meses de março de 2022 e o acumulado dos 12 meses anteriores.

 

A tipologia de imóvel predominante foi de apartamentos de um dormitório e metragem inferior a 90 metros quadrados. Já a variação dos preços dos aluguéis segue em tendência de alta. Em março, o acumulado dos 12 meses anteriores chegou a 7,6%.O economista do ZAP acredita que esse panorama deve se manter até pelo menos as eleições, em outubro. Com a alta de juros para conter a inflação impactando o acesso ao financiamento, deverá ser mantido o ciclo de desaceleração do preço de venda dos imóveis. Por outro lado, a retomada do trabalho nas empresas deve continuar gerando alta no segmento de imóveis de aluguel.

“Consideramos o cenário de manutenção, com o volume de locação crescendo a um ritmo acelerado, em razão da volta das pessoas paulatinamente ao mercado de trabalho.” 

 

Matéria publicada em 13/05/2022 

FONTE: VALOR ECONôMICO