Na tabela acima podemos ver as variações dos últimos três trimestres, sempre em comparação direta com o trimestre imediatamente anterior. O gráfico abaixo mostra a trajetória da série completa da variação percentual de trimestre contra trimestre anterior para o Brasil.
A recessão iniciada no segundo trimestre de 2020 com a chegada da pandemia interrompeu a tendência de aceleração iniciada em 2019, tendo na sequência uma forte desaceleração no terceiro trimestre de 2020. Os resultados do último trimestre de 2020 e do primeiro de 2021 interromperam essa desaceleração, dando lugar a uma estabilidade em torno do patamar do final de 2019. No entanto, esse patamar nominal não reproduz a variação real dos preços dos imóveis residenciais no Brasil, na medida em que os índices de preços ao consumidor, e principalmente no atacado, tiveram aceleração significativa no período.
Os resultados da Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV, refletem essa dinâmica dos preços nos últimos meses. Tanto o Índice de Situação Atual (ISA) como o Índice de Expectativas (IE), calculados de acordo com o sentimento dos empresários do setor de Construção de Edificações Residenciais, mostram que houve uma recuperação a partir da queda acentuada no segundo trimestre de 2020. O Índice de Confiança da Construção (ICST), que agrega percepções de situação atual e expectativas, chegou a atingir o mesmo nível anterior ao do início da recessão, porém vem declinando a partir daí desde o final de 2020.
O momento atual é marcado pelo recrudescimento da pandemia, que impõe restrições para a retomada do nível de atividade, e por limites fiscais para programas de incentivos e auxílios. O tempo necessário para a normalização desse cenário, e por consequência das condições de consumo e investimento da população, irá condicionar a evolução dos preços dos imóveis residenciais ao longo do restante do ano.