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17/11/2022

Gafisa tem prejuízo líquido de R$ 49 milhões no 3º tri, mas dobra receita (Valor Econômico)

A nova gestão anunciou que reduziu em 15% o quadro de funcionários, com economia mensal de R$ 1 milhão, e diminuiu o número de escritórios, deixando de gastar cerca de R$ 400 mil por mês

A incorporadora Gafisa terminou o terceiro trimestre com prejuízo líquido de R$ 49,4 milhões, revertendo lucro de R$ 6,2 milhões no mesmo período do ano passado. Já a receita líquida da empresa, que trabalha com o segmento de médio e alto padrão, atingiu R$ 351,6 milhões entre julho e setembro, aumento de 111% ante um ano atrás.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado somou R$ 7,8 milhões no período, recuo anual de 86%. A margem Ebitda foi de 2,2%, ante 33,4% há um ano.

 

A Gafisa apresentou margem bruta de 11,7% no terceiro trimestre, queda de 4,7 pontos percentuais na comparação anual. A margem bruta ajustada ficou em 19,4%, recuo de 7 pontos percentuais no mesmo período.

 

O terceiro trimestre marcou a chegada do novo presidente da incorporadora, Henrique Blecher, que assumiu o cargo em setembro. Ele afirma que o foco da incorporadora, agora, está na geração de caixa e na desalavancagem.

A Gafisa terminou o terceiro trimestre com consumo de caixa de R$ 382,4 milhões, ante geração de R$ 24,9 milhões no mesmo trimestre do ano passado. A dívida líquida ficou em R$ 1,4 bilhão, aumento de 89% em um ano.

 

“Estruturamos ações, como vender ativos que não são ‘core’ da empresa, vamos vender neste ano quatro ou cinco terrenos que não vamos desenvolver”, diz Blecher.

A companhia está vendendo inclusive sua participação no empreendimento Fasano, no Itaim, adquirida em 2020 por R$ 310 milhões. O montante deve corresponder a mais de 15% do valor da dívida da empresa, segundo o executivo. “Estamos negociando para vender o mais rápido possível”, diz.

 

A incorporadora deve se manter focada no segmento de alta renda no próximo ano, com pelo menos quatro novos projetos em São Paulo e outros quatro no Rio de Janeiro. De acordo com Blecher, os empreendimentos de alto padrão levarão a marca da Bait, incorporadora com atuação na Zona Sul carioca e que foi adquirida pela Gafisa neste ano.


A empresa prevê um valor geral de venda (VGV) de quase R$ 3 bilhões para eles, com preço de metro quadrado entre R$ 20 mil e R$ 150 mil — no ano passado, a companhia já havia lançado um empreendimento no Rio com metro quadrado a R$ 100 mil.

O portfólio em construção já existente da Bait deve gerar R$ 500 milhões de caixa para a companhia nos próximos dois anos, informou a empresa.

 

A Gafisa encerrou o terceiro trimestre com despesas de vendas, gerais e administrativas somando R$ 57,6 milhões, alta de 67% em um ano. A nova gestão da companhia anunciou, no material que acompanha o balanço, que reduziu em 15% o quadro de funcionários, com economia mensal de R$ 1 milhão, e diminuiu o número de escritórios, deixando de gastar cerca de R$ 400 mil por mês.

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Matéria publicada em 16/11/2022 

FONTE: VALOR ECONôMICO