O descompasso entre o valor de mercado e valor dos ativos que compõem o patrimônio dos fundos imobiliários listados na Bolsa passou a atrair investidores institucionais. No fim de agosto, essa diferença chegou a quase R$ 13 bilhões, chamando a atenção de quem pensa em investir no longo prazo e tirar vantagem da desvalorização do real.
Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), hoje existem 260 fundos imobiliários, com 90,7 mil investidores, dos quais 63% são pessoa física.
Depois de um período de muita procura dos fundos imobiliários, principalmente em 2013, o produto começou a sentir os reflexos da aversão ao risco do investidor, além das preocupações que começaram a rondar o setor imobiliário.
No fim de agosto, de acordo com dados da BM&FBovespa, o valor de mercado dos 127 fundos listados era de R$ 24,4 bilhões, ao passo que o patrimônio líquido somava R$ 37 bilhões. “O desconto é muito grande e isso atrai investidores institucionais em busca de uma futura valorização”, afirma o diretor da área de fundos imobiliários da Credit Suisse Hedging-Griffo, André Freitas.
O especialista em fundos imobiliários, Arthur Vieira de Morais, explica que a participação dos investidores institucionais nessa modalidade no Brasil tende a crescer e esse movimento, segundo ele, deverá ser impulsionado com a reforma da instrução 472 da Comissão de Valores Mobiliários, que regula o produto. Entre outras mudanças, a reforma vai permitir mais transparência e poder aos cotistas. “Nos EUA, os institucionais são os principais investidores desses produtos.”