Segundo a especialista , o Produto Interno Bruto (PIB) da construção deva ser de 4,4% em 2024, mas com crescimento menor em 2025, em torno de 3%. Para tanto, pesam para a desaceleração do crescimento a alta da Selic, que deverá encarecer o custo do crédito, a tendência de queda nas despesas familiares com obras e reformas, além da falta de mão de obra e elevação dos custos.
Além da escassez de mão de obra, o setor lida com o aumento nos custos de materiais de construção, que, juntamente com as taxas de juros elevadas, impactam diretamente a viabilidade econômica dos projetos.Em dez anos, o custo de mão de obra na construção civil no Brasil subiu 69%, de acordo com o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi).
Apenas neste ano, os custos da construção civil ficaram acima da inflação até novembro. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) chegou a 5,99% no ano e o acumulado em 12 meses pode atingir a marca de 6,08%, de acordo com a economista da FGV. Para efeito de comparação, para o mesmo período do ano anterior, o índice ficou em 3,26%.
De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a projeção inicial para 2025 indica uma expansão de 2,3%, inferior ao desempenho registrado em 2024. Algumas variáveis a que os empresários devem estar atentos incluem o preço das commodities, do barril de petróleo e o cenário político externo, cada vez mais imprevisível.
No cenário doméstico, o câmbio é uma das questões que mais assombra no momento, pois caso continue em patamar muito elevado, pode impactar a inflação e forçar ainda mais os juros.
“Na atividade informal, mais uma vez temos um ciclo contratado e o mercado de trabalho deve seguir aquecido, porque temos o mercado imobiliário. As vendas se mantêm elevadas, impulsionadas sobretudo pelo Minha Casa, Minha Vida, mas o crédito para a média e alta renda deve se contrair em 2025”, previu Ana Maria.
Por fim, a especialista disse entender que parte considerável dos economistas errou as projeções de crescimento deste ano, e que muitos fizeram estimativas inferiores ao que se verificou por subestimar o efeito do investimento público na economia