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16/09/2019

FGTS pode ficar sem recursos suficientes para habitação popular a partir de 2022

Não terá recursos suficientes para financiar a habitação popular a partir de 2022, segundo o presidente do Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário de SP), Basílio Jafet

O FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) não terá recursos suficientes para financiar a habitação popular a partir de 2022, segundo o presidente do Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário de SP), Basílio Jafet.

Segundo ele, isso em parte ocorre pela liberação do saque de recursos como feito pelo governo Jair Bolsonaro a partir desta sexta-feira (13) e pelo governo de Michel Temer.

“Deixa o fundo de garantia sem reserva para nada. [Em primeiro lugar, o] Fundo tem a função de ajudar trabalhador na hora difícil; [em] segundo, habitação, infraestrutura e saneamento”, afirmou Jafet em evento do setor imobiliário em São Paulo.

“Nos nossos cálculos, mal e mal vamos conseguir financiar a habitação econômica [MCMV entre 2020 e 2021]. Em 2022, não dará para financiar”, disse.

Ele seguiu as críticas feitas por Ricardo Valadares, presidente da incorporadora Direcional.

Valadares se disse contrário aos saques, que privilegiam o uso de curto prazo dos recursos, com consumo. “São recursos escassos de longo prazo sendo colocados no Bolso da população para gasto de curto prazo”, critica Valadares.

“Não vai haver impacto nos próximos dois anos, mas será que a gente não podia fazer mais?”, questiona.

Para Gilberto Abreu, presidente da Abecip (associação das entidades de crédito imobiliário), é preciso cuidar do FGTS porque tem recursos escassos.

“A grande questão é que por ser limitado, não vai ser caminho para novos saltos de financiamento”, afirma.


 

 

Caixa liberou R$ 600 milhões em financiamento imobiliário corrigido pela inflação (Folha de S. Paulo – Mercado – 16/09/2019)

 

O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, afirmou que, até esta quinta-feira (12), foram aprovados e estão em liberação R$ 600 milhões em crédito imobiliário indexado ao IPCA, a nova linha de financiamento do banco público.

Os novos empréstimos começaram a ser ofertados no dia 26 de agosto e, segundo Guimarães, R$ 200 milhões de contratos já foram assinados.

O total de crédito pré-aprovado via IPCA soma R$ 4,5 bilhões.

Segundo dados da Abecip, a média mensal dos financiamentos imobiliários foi de R$ 6 bilhões no primeiro semestre deste ano.

Guimarães, que falou em evento da construção civil em São Paulo, não divulgou dados da linha tradicional no mesmo período.

O executivo disse ainda que espera lançar a linha sem nenhum indexador nos próximos três anos —até então, o crédito imobiliário era corrigido apenas pela TR, uma taxa fixada pelo governo.

Além de Guimarães, falaram no evento Carlos da Costa, secretário de produtividade do Ministério da Economia, e Gustavo Canuto, ministro do Desenvolvimento Regional.

O recado à construção foi claro: o programa Minha Casa Minha Vida, responsável por manter o setor durante a crise econômica, vai mudar.

“Programa será repaginado”, afirmou Canuto.

Já Carlos da Costa concordou que a crise só não foi pior por causa do MCMV, que ele classificou como “um dos poucos programas que trouxe bons resultados”.

“Mas quando falamos no futuro da construção brasileira passamos pelo financiamento privado”, acrescentou.

Carlos da Costa disse ainda o setor é importante para a recuperação econômica, mas que precisa ganhar em produtividade.

“Precisamos reduzir os desincentivos à construção industrializada”, afirmou.

Nenhum dos integrantes do governo deu qualquer pista do que seria essa transformação. Canuto diz que a proposta será entregue até novembro ao presidente Jair Bolsonaro (PSL).

FGTS - Canuto afirmou que o uso do FGTS para o pagamento da subvenção que cabia ao governo no Minha Casa, Minha Vida. Segundo ele, dos R$ 49 bilhões orçados para esse ano, os R$ 26,2 bilhões que estavam bloqueados agora voltarão a ficar disponíveis.

Sem dinheiro em caixa, o governo vinha represando o financiamento e impedindo o crescimento do segmento, que responde por 70% de todo o setor de construção.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO