Notícias

06/09/2019

Fabricante de cimento revê para cima previsão de vendas

As vendas de cimento devem crescer 3,4% em 2019

O bom desempenho de índices da construção civil no primeiro semestre fez com que o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) fizesse uma revisão das estimativas de crescimento para este ano e 2020. As vendas de cimento devem crescer 3,4% em 2019 e outros 4,2% em 2020, no cenário referência, de acordo com a entidade. A previsão anterior era de alta de 3% e 4%, em 2019 e 2020, respectivamente.

"O segundo semestre historicamente é melhor que o primeiro em vendas de cimento. Por isso, temos que ver como terminará o ano para sentirmos como vamos entrar em 2020. Mas, é um cenário de alta nas vendas por todos os indicadores positivos, principalmente no setor de construção civil", disse o presidente da entidade, Paulo Camillo Penna. 

Segundo ele, os indicadores estão se recuperando. O PIB da construção civil começou a reagir no segundo trimestre, assim como as vendas de materiais da construção civil, como vergalhões e pedras britadas, que apresentaram aumento de 0,5% e 7%, respectivamente.

Também os indicadores de confiança voltaram a subir, reforça Camillo Penna. "A sondagem da construção civil, feita pela FGV, e o índice de confiança do empresário industrial, elaborado pela CNI, subiram pelo terceiro mês consecutivo. O indicador da FGV está no maior ponto desde fevereiro de 2015. O ambiente de negócios está mais favorável, mostrando uma maior consistência do movimento de retomada."

No mês passado, as vendas de cimento no mercado brasileiro cresceram 3% no comparativo com o mesmo período de 2018. Foram comercializadas 5,1 milhões de toneladas. Os dados foram divulgados ontem pelo SNIC.

De acordo com a entidade, no acumulado até agosto, a alta foi de 2,9%, chegando a 35,9 milhões de toneladas. No entanto, quando se observa as vendas em 12 meses, de setembro de 2018 a agosto de 2019, o aumento é de 1,8%, chegando a 53,66 milhões.

Camillo Penna disse que a base de comparação ainda é baixa, em razão dos efeitos da greve dos caminhoneiros no ano passado, que impactou o consumo do produto. "A recuperação está mais acelerada pela base de comparação baixa e pela desaceleração da economia no ano passado. Mas há uma reversão da tendência", disse Camillo Penna.

De acordo com os dados, a região Sudeste foi responsável por 2,44 milhões de toneladas de cimento vendidas em agosto, alta de 7,1% no comparativo com a mesma base de 2018. Já no acumulado de oito meses, o aumento foi de 3,2%, chegando a 17,31 milhões de toneladas. A região Nordeste foi a segunda no ranking de vendas em agosto e no acumulado, atingindo 968 mil toneladas e 7,02 milhões de toneladas. No mês passado, no entanto, o volume comercializado apresentou queda de 5,6%.

Em agosto, o consumo aparente, que inclui além das vendas internas as importações de cimento, somou 5,1 milhões de toneladas, alta de 2,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado do ano cresceu 2,8%. Já em 12 meses, o aumento foi de 1,6%.

"O setor imobiliário continua sendo o indutor da demanda de cimento. O número de lançamentos acumulado até junho foi 15% maior, enquanto que as vendas aumentaram 12% no mesmo período. O ambiente externo aparece como a maior incógnita do cenário com o conflito comercial entre EUA e China que pode ter efeitos sobre o nível de atividade."

FONTE: VALOR ECONôMICO