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13/06/2025

Estruturas de crédito como Fidcs podem ser solução para carência de funding imobiliário, aponta Riza – Valor Econômico

Demanda por instrumentos alternativos pode crescer nos próximos meses, segundo o presidente da gestora, Daniel Lemos

Por Rita Azevedo

O desafio para o financiamento imobiliário imposto pelo encolhimento da poupança pode ter como solução o uso de estruturas alternativas de crédito do mercado de capitais, disse hoje Daniel Lemos, presidente da Riza. “Essas estruturas alternativas, que podem passar por um Fidc [fundo de investimento em direitos creditórios] ou por um fundo imobiliário, ainda têm atratividade”, afirmou.

Considerando que algumas empresas terão mais dificuldade para captar recursos nos próximos seis meses, dado o atual nível de juros, a demanda por instrumentos alternativos pode crescer, pontuou Lemos durante apresentação no evento Brazil DCM Fórum, promovido pela Kanastra e pelo Itaú.

Segundo Lemos, há uma discrepância entre as empresas que conseguem e as que não conseguem acessar recursos no mercado. As incorporadoras de grande porte e que têm baixo nível de endividamento conseguem tomar dívida abaixo do CDI, com emissões de certificados de recebíveis imobiliários (CRI). “Do outro lado, as incorporadoras que são menores ou que estão mais alavancadas, encontram um cenário de escassez”, explicou.

José Soares, sócio da Augme Capital, disse que a gestora tem olhado para algumas operações no setor imobiliário. “São diversas operações que podem ser feitas no mercado de capitais, desde a concessão de crédito direto para as construtoras até o crédito estruturado com garantias como imóveis que ainda não foram vendidos e que estão no estoque”, disse.

Além do financiamento imobiliário, gestores mostraram otimismo com Fidcs atrelados ao consignado privado, um mercado novo, mas com potencial de crescimento, segundo Fayga Delbem, da Itaú Asset. “Efetivamente, ainda não fizemos nada nesse mercado, mas estamos estudando”, afirmou. Lemos disse que a Riza já fez uma alocação nos Fidcs de consignado, mas em um percentual baixo, considerando o estágio inicial e o risco do segmento.

Manuel Netto, cofundador da Kanastra, comparou o caminho para o desenvolvimento dos Fidcs de consignado privado ao traçado pelos fundos atrelados ao saque-aniversário do FGTS. “Quando estruturamos o primeiro, havia muitas dúvidas, mas com o tempo ele se saiu bem e ganhou maturidade.”

FONTE: VALOR ECONôMICO