Por Rita Azevedo
O presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Sandro Gamba, afirmou que vê com bons olhos as discussões feitas pelo Banco Central (BC) na elaboração de um novo modelo de financiamento e crédito imobiliário.
“A gente entende de forma muito positiva o que está sendo discutido pelo BC [...] A forma como o BC vem conduzindo esse processo, com a participação de todos os stakeholders, e o que está sendo debatido é bastante interessante”.
“Não tem nada de ruptura, é um avanço avaliando o comportamento da poupança e da LCI. Não tem nada concluído, mas os debates estão sendo produtivos”, afirmou o executivo durante coletiva de imprensa da Abecip nesta terça-feira (29).
A instituição, em conjunto com bancos e instituições financeiras, estuda uma alternativa à caderneta de poupança para o financiamento da casa própria. A poupança atualmente é a maior fonte de funding do setor imobiliário, mas vem perdendo espaço para outros modelos, como Letras de Crédito Imobiliário (LCI).
“LCI é um instrumento importante na transição da poupança [...] Nos próximos anos, ela deve igualar a poupança”, aponta Gamba.
A queda da participação da poupança ano a ano tem demandado adaptações do mercado. Neste ano, por exemplo, os bancos começaram a acelerar o direcionamento dos recursos da poupança, que são mais baratos, para o financiamento de longo prazo, da pessoa física. Em operações de ciclo curto, para as empresas, isso é atendido por outras operações, como as do mercado de capitais.
Na avaliação da Abecip, a única certeza neste momento é a de que a importância da poupança não vai aumentar. “No passado, você tinha um único recurso. Hoje não, você tem diversas estruturas, poupança, LCIs, CRIs, fundos imobiliários. É um movimento positivo, considerando a não limitação da poupança, mas que demanda um avanço do entendimento. O mercado vai ter que avançar pra entender quais são as melhores estruturas”, disse o presidente da entidade.