Por Ana Luiza Tieghi
A incorporadora Direcional, que atua no programa Minha Casa, Minha Vida, terminou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 183,7 milhões, aumento de 25,7% em relação ao mesmo período de 2024. O lucro líquido operacional, que não considera operação de "swap" de ações, feita no ano passado, teve o mesmo valor, mas é um aumento de 36% sobre o segundo trimestre de 2024.
A receita líquida cresceu 26,2% em um ano, para R$ 1,06 bilhão. A margem bruta avançou três pontos percentuais no período, para 38,9%. A margem bruta ajustada cresceu quatro pontos, para 41,7%.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 244,7 milhões no período, aumento de 22,4%, com margem de 23%, queda de 1 ponto percentual. O Ebitda ajustado somou R$ 274,4 milhões, crescimento de 32,6%, com margem de 25,8%, avanço de 1 ponto no mesmo intervalo.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) anualizado foi de 34%, incremento de dez pontos percentuais em um ano.
Ricardo Gontijo, CEO da Direcional, afirma que os resultados são “fortes” e mostram que a empresa tem conseguido entregar crescimento com ganho de eficiência. “Estamos crescendo com ganho de margem e diluição de despesas”, afirma. “Estamos com maior capacidade de negociação com fornecedores, as despesas comerciais estão diluídas porque temos maior volume de produtos para ofertar aos clientes nas mesmas lojas”.
A incorporadora terminou o segundo trimestre com caixa líquido de R$ 137,5 milhões, comparáveis aos R$ 153 milhões do segundo trimestre de 2024.
A relação da dívida líquida sobre o patrimônio líquido ficou negativa em 5,6%, ante valor também negativo de 6,3% um ano antes.
A empresa apresentou geração de caixa de R$ 394,9 milhões, avanço sobre os R$ 219 milhões do segundo trimestre do ano passado.
No lado operacional, a Direcional atingiu R$ 1,4 bilhão em lançamentos, aumento de 16,4% em um ano, e R$ 1,3 bilhão em vendas líquidas, expansão de 2,9%.
Riva e Riza
No segundo trimestre, a gestora Riza adquiriu 9,98% de participação na Riva, empresa da Direcional que lança unidades nas faixas superiores do MCMV e fora do programa, por R$ 251 milhões. Esse valor contribuiu para a geração de caixa da Direcional no período.
A gestora tem a opção de adquirir até 15% de participação, mas precisa exercer essa opção até o final de outubro.
“Passamos a ser empresa mais completa para navegar em ambiente desafiador”, afirma Gontijo, que diz também não estar procurando mais investidores para o negócio, no momento.
Desempenho acumulado
De janeiro a junho, a Direcional obteve lucro líquido de R$ 348,3 milhões, aumento de 17,5% sobre a primeira metade de 2024. O lucro líquido operacional subiu 33,9%, para R$ 341,7 milhões.
A receita líquida da companhia somou R$ 1,96 bilhão, avanço de 29,4%.
Para o terceiro trimestre, Gontijo afirma que a demanda por moradias continua resiliente, com volume “sólido” de geração de empregos, boa performance do MCMV e disponibilidade de recursos do FGTS para sustentar o programa.
“Nesse momento, continuamos vendo cenário macro positivo para o setor imobiliário elegível ao MCMV”, diz. Mais de 70% da produção da Direcional se encaixa no programa, que tem teto de R$ 500 mil para o preço das unidades.
Desdobramento de ações
A Direcional efetivou nesta segunda-feira (11) um desdobramento de suas ações, na proporção de três para um, sem mudança do valor do capital social da empresa.
A companhia terminou essa segunda-feira com o papel a R$ 13,63, ante o patamar de R$ 41 na última semana, a com preço mais elevado do setor de incorporação residencial. “Passamos a ter um papel que facilita a entrada de investidores”, afirma Gontijo.