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24/03/2020

Desempenho da construção mudou pouco em fevereiro, aponta CNI

Índices de evolução mantiveram-se abaixo de 50 pontos, mostrando queda da atividade do setor

Os índices de desempenho da indústria da construção calculados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) pouco se alteraram na passagem de janeiro para fevereiro de 2020. Com isso, os índices de evolução mantiveram-se abaixo de 50 pontos, mostrando queda do nível de atividade e do número de empregados. Entretanto, o período ainda carrega resquícios da sazonalidade desfavorável do início do ano agravados pelo feriado do carnaval.

 

A CNI ressalta que, embora não tenham mostrado mudanças significativas, os índices se mantiveram em patamar elevado para o período, o mais elevado dos últimos oito anos. Isso sugere que o processo de recuperação do setor se manteve em fevereiro.

Os índices de tendência futura, como os de expectativas, intenção de investimento e confiança (ICEI-Construção), registraram quedas leves, mas continuam mostrando otimismo por parte dos empresários em relação aos próximos meses.

Os índices de nível de atividade e de número de empregados em relação ao mês anterior permaneceram praticamente estáveis em fevereiro. O indicador de atividade registrou 47,5 pontos, mesmo valor registrado em janeiro. O índice de número de empregados teve uma melhora modesta, ao se aproximar da linha divisória, registrando 47,7 pontos.

Destaca-se, contudo, que ambos indicadores estão em níveis melhores do que o observado há um ano e apresentam os maiores valores no mês de fevereiro desde 2012. Ou seja, a queda foi menos intensa que o habitual para o período.

 

Ao permanecerem abaixo da linha divisória de 50 pontos, os índices mostram que atividade e emprego continuam recuando em relação ao mês anterior. Entretanto, a melhora no índice de número de empregados indica que a queda foi um pouco menos disseminada entre as empresas em fevereiro.

A Utilização da Capacidade Operacional (UCO) registrou 60% em fevereiro, mesmo valor observado em janeiro e 4 pontos percentuais (p.p.) acima do registrado há um ano. Apesar da estabilidade, trata-se do maior valor observado em fevereiro nos últimos seis anos, sugerindo que a recuperação do setor permanece em curso.

As grandes empresas são as que apresentam menor ociosidade entre os diferentes portes, registrando 65% de UCO, aumento de 1 p.p. em relação a janeiro. O percentual supera em 7 p.p. o observado em fevereiro de 2019 e é o maior valor para o mês desde 2014. Por outro, as empresas de pequeno e médio portes registraram queda na UCO entre janeiro e fevereiro de 2020.

 

O índice de Confiança do Empresário da Construção (ICEI-Construção) registrou 59,3 pontos em março, 3,6 pontos a menos do que o registrado em fevereiro. Apesar do recuo, o indicador permanece 5,4 pontos acima de sua média histórica e acima da linha divisória de 50 pontos, demonstrando confiança.

Ao analisar os componentes do ICEI-Construção, os indicadores de Condições Atuais e os de Expectativas, tanto os relativos à economia brasileira como à empresa recuaram, causando a queda no ICEI. As quedas verificadas nos índices relativos à empresa foram mais brandas, mas ainda significativas.

 

Os indicadores de expectativas demonstram queda em março, mas seguem acima da linha divisória de 50 pontos, sugerindo que os empresários estão um pouco menos otimistas em relação aos próximos seis meses.

Os índices de expectativas do nível de atividade e de novos empreendimentos e serviços recuaram 1 e 1,2 ponto, respectivamente, na comparação mensal. Os indicadores de expectativas de compras de insumos e matérias-primas e do número de empregados recuaram, ambos, 1 ponto na mesma base de comparação.

 

O índice de intenção de investimento (compras de máquinas e equipamentos, pesquisa e desenvolvimento, inovação de produto ou processo) recuou em março. O indicador registra 42,6 pontos este mês, 1,8 ponto abaixo do registrado em fevereiro.

Apesar da queda, o índice supera em 8,6 pontos o valor registrado há um ano e apresenta o maior valor alcançado no mês de março desde 2014. O índice segue 8,3 pontos acima da média histórica.

FONTE: VALOR ECONôMICO