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11/10/2018

Depois de leve queda, preço de imóveis volta a crescer em Salvador

Os dados são do Zap, maior plataforma digital do Brasil de anúncios de imóveis

Quem buscou o mercado imobiliário de olho na compra de um imóvel usado, entre julho e setembro deste ano, encontrou um metro quadrado (m²) com preço médio mais convidativo do que no segundo trimestre, porém, uma gradual reconquista da valorização vem sendo conquistada mês após mês, apontando que o preço de compra e venda pode fechar o ano em alta em Salvador. Os dados são  do Zap, maior plataforma digital do Brasil de anúncios de imóveis.

O levantamento, realizado a pedido do CORREIO, também mostra que o valor do m² para locação apresentou queda nos últimos três meses, em comparação ao trimestre imediatamente anterior. Para o corretor imobiliário e segundo vice-presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da Bahia (Creci), José Alberto de Vasconcellos, o quadro de queda no valor do m² ainda é consequência da insegurança econômica que vem sendo causada pela indefinição do quadro político do país.Ele destaca, porém, que o clima morno nos negócios, que tem levado os preços para baixo, pode se dissipar até o início do próximo mês. “Há uma expectativa grande em relação ao resultado das eleições, além disso temos um quadro de pessoas saindo do país, que acaba aumentando a disponibilidade de produtos no mercado”, afirma.Ele aponta que o alto padrão segue apresentando maior dificuldade, no setor residencial, e as vendas que vêm sendo registradas mostram uma priorização do consumidor por imóveis com preço até R$ 350 mil.

Para José Alberto, o maior peso da desvalorização vem sendo sentido na venda e locação de salas comerciais, fato que tem ofertado verdadeiras bagatelas para quem está buscando investir no setor. “Me arrisco a dizer que a disponibilidade cresceu cerca de 30% nesse período, e tem muito investidor se aproveitando disso para conseguir um bom preço, pois mês a mês o valor tem esboçado um crescimento e, a partir de janeiro, a valorização deve estar em alta. O momento é bom para quem tem dinheiro para investir”, diz.

O corretor admite que o resultado do período tem sido um tanto decepcionante para os membros do mercado, já que, com a injeção de capital na economia durante o segundo semestre, em função do décimo terceiro salário, o setor aguarda aquecimento. “Na prática, o cenário está aquém do esperado. O que temos notado é um crescimento na procura, as pessoas estão pesquisando mais, e isso traz esperança de negócios agora nos últimos três meses de 2018”, completa.

Locação - A surpresa nos dados do Zap talvez fique por conta da locação, que desde janeiro apresentava crescimento, atingindo o pico ao final do primeiro trimestre, quando o preço do m² do aluguel em Salvador chegou a R$ 20,4. Mas, desde então, a modalidade começou a perder valorização até alcançar, a partir de julho, o menor preço do ano.

Os desejados - A lista de bairros mais procurados pelos usuários da plataforma Zap evidencia que os consumidores continuam priorizando o bairro da Pituba. A região, que este ano recebeu dois lançamentos imobiliários, segue reinando também no mercado secundário, tanto na compra quanto na locação. O corretor Cleber Fonseca, que atua principalmente na Pituba e Caminho das Árvores (1º e 5º colocados no ranking, respectivamente), afirma que fechar negócio tem sido uma missão desafiadora, contudo, a procura por parte do consumidor deu uma disparada, se comparada ao período entre abril e junho. “Um pouco disso também é fruto da redução na taxa de juros de financiamento por parte dos bancos. Muitos corretores imaginavam que o aquecimento ia ser imediato, no segundo trimestre, mas a compra de um imóvel é algo que precisa ser pensado, e só agora os clientes estão retornando para a mesa de negociação”, explica.

Segundo o Zap, a demanda por imóveis do mercado secundário durante o terceiro trimestre registrou alta de 35% em relação ao período entre abril e junho, todavia, o volume de buscas ainda ficou abaixo do primeiro trimestre em 3%.O ranking dos bairros mostra também os  que perderam em preferência dos compradores. Entre eles estão Costa Azul e Cabula, que perderam posições em relação ao primeiro trimestre do ano. Atualmente, estão na 6ª e 8ª posições, antes ocupavam, respectivamente, 3ª e 7ª. Já Brotas subiu da 4ª para a 3ª posição.

FONTE: CORREIO 24 HORAS