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18/11/2019

Decisão federal adia planos de habitação popular do Minha Casa Minha Vida

No Rio, empreendimentos beneficiariam quase 15 mil pessoas na Mangueira e em Cosmos

Com a decisão do governo federal de cancelar contratos para a construção de cerca de 17,4 mil moradias do Minha Casa Minha Vida em todo o país, um projeto que era a menina dos olhos do prefeito Marcelo Crivella sofreu um revés a um ano do pleito em que ele tentará a reeleição. No Rio, foram afetadas as obras de seis conjuntos habitacionais, que estavam previstas para começar em agosto. Os empreendimentos beneficiariam quase 15 mil pessoas na Mangueira e em Cosmos.  

O problema, segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional, é que os conjuntos cariocas fazem parte de uma lista de construções autorizadas pela União entre 24 e 31 de dezembro de 2018 sem orçamento disponível. A Controladoria Geral da União (CGU) as considerou, portanto, irregulares.  

No Rio, três conjuntos anunciados pela prefeitura ficariam na Mangueira, na área dos antigos prédios implodidos do IBGE, do Ministério da Fazenda e da fábrica Lanifício. O restante seria construído em Cosmos, num local não divulgado pelo município. Carlos Henrique Passos, da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, ressalta que seriam empreendimentos destinados à população mais pobre, da chamada Faixa 1 do Minha Casa Minha Vida, para pessoas com renda de até R$ 1.800. Além de prolongar a espera de quem sonha com moradia, ele aponta outras consequências da interrupção do projeto:  

— Menos obras, menos empregos, menos negócios.  

Procurada, a prefeitura não se manifestou. Já o governo federal afirma buscar soluções para as obras de 8,9 mil unidades já iniciadas em outras cidades do país e não descarta uma saída para as intervenções no Rio.  

Compasso de espera  

Os projetos cariocas, se saírem do papel, vão solucionar 1,4% do déficit habitacional do município, estimado em 220.774 residências pela Fundação João Pinheiro. Hoje, o abandono das áreas destinadas aos novos prédios é uma ameaça. Na Mangueira, os tapumes que cercavam o terreno do antigo edifício do IBGE foram retirados e, até o começo deste mês, o local abrigava um parque de diversões.

FONTE: O GLOBO