A incorporadora e construtora Cyrela pretende realizar o pré-pagamento de parte de suas dívidas, com custo mais elevado, e trocar por instrumentos com juros menores, disseram ontem, em reunião anual, os executivos da área financeira da companhia.
Com a redução da taxa de juros no Brasil, a empresa enxerga essa possibilidade durante 2018. Miguel Mickelberg, diretor financeira da Cyrela, lembrou que a intenção continua sendo a de manter um nível de alavancagem, medido pela relação entre dívida líquida e patrimônio líquido - hoje em 22,8% -, próximo a 25%. Além disso, ele ressaltou que a geração de caixa provavelmente será robusta em 2018.
Um dos planos da construtora é focar mais em dívida corporativa, seja por meio de debêntures ou recebíveis imobiliários. Neste ano, a Cyrela já começou a estudar a melhor saída, mas o custo de financiamento pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) tornou-se mais barato, com taxas de 8% a 8,3% acima da referencial, disse Paulo Gonçalves, diretor de relações com investidores (RI). Por isso a ideia foi adiada por enquanto.
A partir do cronograma de obras, a Cyrela acredita em entregas de R$ 4,86 bilhões durante o ano que vem, queda de 15,8%. A prioridade é entregar unidades em estoque. Em 2018 a companhia pretende lançar em São Paulo 83% dos empreendimentos. Além disso, 35% do total de lançamentos no país serão unidades do programa Minha Casa, Minha Vida. Para Gonçalves, as perspectivas parecem mais positivas para o segmento de alto padrão.