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11/01/2017

Construção deve cortar 1 milhão de empregos

Em outubro de 2014, primeiro mês de queda, o estoque era de 3,57 milhões.

São Paulo - Os canteiros de obras por todo País devem eliminar 1 milhão de empregos antes do final do primeiro trimestre deste ano, quando comparado a outubro de 2014. O resultado leva em conta um levantamento do Sindicato da Construção (Sinduscon) e aponta a necessidade de estímulos do governo para reaquecimento do setor.

Em novembro do ano passado, o nível de emprego na construção caiu 2,20% ante a outubro, a 26ª queda consecutiva. Em 12 meses o saldo negativo é de 437 mil postos de trabalho (-14,5%) deixando o estoque de trabalhadores no setor em 2,582 milhões. Em outubro de 2014, primeiro mês de queda, o estoque era de 3,57 milhões.

Nos primeiros onze meses do ano houve corte de 461.849 vagas. Desconsiderando efeitos sazonais*, foram fechadas 26.917 vagas em novembro (-1,04%).

Os dados são da pesquisa realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE).

O agravamento do desemprego na construção em novembro, com o fechamento de mais de 58 mil postos de trabalho, já era esperado, segundo o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto. "Além da queda contínua no volume de obras, os dois últimos meses do ano sazonalmente se caracterizam como um período de redução do nível de emprego no setor, pois muitas obras são concluídas e novas serão iniciadas somente no ano seguinte", afirma.

O que preocupa o presidente do SindusCon-SP, entretanto, é a continuação da queda dos indicadores de atividade dos segmentos antecedentes de novas obras: preparação de terrenos e engenharia e arquitetura, que em novembro caíram 3,73% e 1,87%, respectivamente. "Trata-se de um claro sinal de que o volume de novas obras continuará se reduzindo nos próximos meses, o que deverá desempregar ainda mais gente no setor da construção. Precisamos urgentemente de medidas emergenciais e mais reformas microeconômicas para reverter esse cenário", diz.

De forma similar pensa o consultor independente e engenheiro Marcelo Pontual. "Acredito que até o final do primeiro trimestre deste ano marcaremos a eliminação de 1 milhão de postos. O número é assustador, já que o setor é tão importante para a economia brasileira.

Por ramo de atividade dentro da cadeia da construção, no acumulado do ano, sobre um ano antes, o segmento imobiliário teve a maior queda (-17,66%), seguido por preparação de terreno (-14,77%).

De acordo com o levantamento, a deterioração do mercado de trabalho afeta quase todas as regiões do Brasil, sendo que os piores resultados foram observados no Norte (-3,71%) e no Centro-Oeste (-2,67%) 

FONTE: DCI