Embora o Índice de Atividade da Construção Imobiliária (Iaci) de Minas Gerais tenha fechado setembro com alta de 7,2% em relação ao mês anterior, o desempenho do setor no Estado segue retraído quando comparado com 2014. No nono mês de 2015 em relação ao mesmo período do ano passado, a queda da atividade chegou a 13,4%. A retração no acumulado do ano até setembro chegou a 23,8% e dos últimos 12 meses, a 21,7%.
Na média brasileira, o índice registrou crescimento de 0,3% em setembro sobre agosto deste exercício e resultado negativo nas demais bases de comparação: -8,9% em relação a igual mês de 2014 e -12,9% de janeiro a setembro e também quando considerados os últimos 12 meses. Os dados são do Monitor da Construção Civil (MCC), elaborado pela Tendências Consultoria em parceria com a Criactive, empresa especializada em pesquisas mercadológicas.
A analista da Tendências, Mariana Oliveira, destaca que os resultados do Estado seguem em ritmo mais acentuado do que os do País. No entanto, ela lembra que na comparação entre setembro e agosto deste exercício o desempenho mineiro superou o nacional.
"Alguns pontos influenciaram esse comportamento, com destaque para as obras do ÀMinha casa, minha vida" em Minas Gerais. Trata-se de algo muito específico e que não necessariamente indica que o mercado imobiliário na região esteja em situação mais favorável. Pelo contrário", pondera a analista.
A prova, segundo Mariana Oliveira, está nos resultados das demais bases de comparação, que estão piores no Estado do que no País. "Além disso, quando olhamos dados do mercado de trabalho vemos que a renda continua baixa em Minas, assim como o nível de emprego e o da produção industrial. E não há evidências de resultados mais robustos para os próximos meses", reitera.
Lançamentos - No que se refere ao Índice de Lançamentos Imobiliários (Iaci-L), o MCC mostrou queda de 4% em setembro deste ano frente a agosto, em Minas, e de 11,5% na média nacional. Já quando considerado os últimos 12 meses, houve baixa de 11,3% e de 28,7%, respectivamente.
Neste caso, a analista explica que os números são um antecedente importante ao período de obras e indicam um esforço das construtoras para equilibrar o mercado, principalmente no segmento residencial.
"Estamos com um volume alto de estoques em um período de baixa confiança, restrição de crédito e mercado de trabalho deteriorado. Diante desse cenário de pouca demanda, as construtoras estão diminuindo os lançamentos e buscando a redução dos estoques e o equilíbrio do mercado", explica Mariana Oliveira.