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11/10/2021

Com a Selic em alta, como ficam as ações das construtoras?

De acordo com o último relatório Focus, a taxa básica de juros deverá encerrar o ano em 8,25%.

De acordo com o último relatório Focus, a taxa básica de juros deverá encerrar o ano em 8,25%. Com a Selic em alta, alguns segmentos passaram a ser vistos com mais cautela por parte do mercado, entre eles o setor imobiliário.

Para entender quais os impactos que a alta dos juros pode causar nas ações das construtoras, continue a leitura a seguir.

Selic em alta: como isso pode afetar as ações das construtoras?

Historicamente, o setor imobiliário necessita de crédito para o seu funcionamento. De agosto de 2020 a março desse ano, tivemos a Selic na mínima histórica, de 2%. Em tempos de juros baixos, muitas pessoas aproveitam para contratar financiamentos imobiliários.

No entanto, a alta dos juros acende um alerta no segmento. De acordo com a casa de análise Levante, isso ocorre porque o perfil do crédito imobiliário é, normalmente, de longuíssimo prazo. Isso impacta fortemente o valor final do financiamento. Além disso, a inflação encareceu o custo das obras, altamente dependentes de commodities como o aço e cimento, por exemplo.

Segundo a Levante, a alta dos juros e dos custos combinados ao grande volume de lançamentos imobiliários podem desenhar um cenário pouco favorável às construtoras. Isso porque poderá ocorrer uma disputa por compradores no curto prazo, o que tenderá a sacrificar as margens dessas empresas.

Por outro lado, a casa de análise cita como atenuante o fato de que, apesar da alta dos juros, o custo dos financiamentos imobiliários ainda está em um patamar historicamente baixo. Além disso, a demanda por imóveis saiu fortalecida da pandemia. Isso porque a população ainda se sente estimulada a adquirir esses ativos.

Perspectivas para as empresas da construção civil

De acordo com relatório do Credit Suisse do final de setembro, a relação de risco e retorno das construtoras pende mais para o lado negativo. Isso porque o cenário macroeconômico ainda não está dando mostras de melhoras.

Para o banco, é preferível optar hoje pelo setor imobiliário de baixa renda em vez da renda média. Segundo seus analistas, o desempenho operacional e financeiro do primeiro deverá ser mais forte nos próximos trimestres. Isso deve-se ao fato de que a baixa renda continuará tendo os subsídios nas taxas dos financiamentos.

Outro ponto importante destacado pelo banco é a forma de atuação dos players que atuam na construção de imóveis de baixa renda. Nesse sentido, alguns dos motivos são a menor dependência de mão de obra (por causa da utilização de moldes) e maior diversificação fora dos grandes centros.

Por sua vez, a Ágora Investimentos revisou as principais companhias do setor no final de setembro. Para os seus analistas, apesar da Selic em alta, o investidor não pode ignorar os dividendos distribuídos por essas empresas.

Para os analistas da Ágora, ações como Eztec (EZTC3), Cyrela (CYRE3) e Direcional (DIRR3) possuem bom potencial de alta.

Quanto à Eztec, a Ágora acredita que as ações já caíram mais do que o devido e, por isso, é hora de comprar. Para os analistas, a venda do Torre Esther (novo empreendimento corporativo da empresa) pode colaborar para a alta das ações.

Segundo a Ágora, as empresas do segmento estão sendo negociadas, em média, 13% abaixo do NAV (valor patrimonial líquido). Por isso, seus analistas acreditam que, há bom potencial de valorização para a maioria das construtoras. Mesmo que ainda exista forte dependência de melhores diretrizes macroeconômicas para isso.  

FONTE: EU QUERO INVESTIR