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14/10/2015

CDB rende quase o dobro da poupança e é mais estável dentre a renda fixa

Segundo Victor Ferreira, membro do setor de renda fixa da Um Investimentos, a rentabilidade da aplicação varia de acordo com o período e taxas de retorno nos bancos ou corretoras.

Isabela Bolzani

Com o retorno de aplicações deteriorado ante a inflação, especialistas frisam os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) como um "investimento garantido e com rentabilidade acima da poupança". Atentar-se aos prazos e mercados disponíveis é essencial.

Segundo Victor Ferreira, membro do setor de renda fixa da Um Investimentos, a rentabilidade da aplicação varia de acordo com o período e taxas de retorno nos bancos ou corretoras.

"Em um ano, por exemplo, as taxas do CDB podem variar entre 90% e 115%, mas tudo vai de acordo com o prazo escolhido. Inclusive, é preciso consciência sobre os riscos de liquidez caso o investidor retire o dinheiro antes do período acordado. De qualquer forma, dentre os atrelados ao CDI [Certificados de Depósitos Interbancários], a gente acredita que os CDBs estejam mais estáveis do que os LCIs [Letras de Crédito Imobiliário] e LCAs [Letras de Crédito do Agronegócio]", avalia.

Apesar de a caderneta oferecer como vantagem a isenção de Imposto de Renda (IR) e liquidez diária, sua rentabilidade ainda se mostra inferior diante de investimentos referenciados em CDI.

Em uma simulação feita pela corretora XP Investimentos, comparando uma possível rentabilidade entre a caderneta e um Fundo Referenciado DI durante um período de cinco anos e com um valor inicial de R$ 100 mil, os resultados observados na poupança ainda foram inferiores em até R$ 27 mil, quando comparado à um rendimento de 100% do CDI, e cerca de R$ 13 mil, quando, pela alíquota de IR de 15%, rendeu 85% do CDI.

Para a simulação, foram consideradas taxa referencial a 0,1624% ao mês, taxa Selic sempre superior a 8,5% e CDI fixado em 12% ao ano.

De acordo com Bruno Saads, responsável pela área de produtos de renda fixa da XP Investimentos, em ambas as aplicações os riscos são baixos, mas CDBs acabam rendendo quase o dobro da caderneta. "Grosso modo, a poupança deve estar em torno de 7% em 12 meses, enquanto o CDB vai render 14% do CDI. De qualquer forma, quem aplica em um ou outro possui a mesma garantia pelo FGC, em até R$ 250 mil. Outro ponto é que a tributação de renda fixa é mais onerosa no curto do que no longo prazo. A tabela varia nos prazos, começando em 22,5% até 15% do ganho de capital, por exemplo", afirma.

Volatilidade financeira - Na visão de Saads, dentre as aplicações, as escolhas vão de acordo com o que os investidores acreditam sobre o futuro financeiro do Brasil.

"Nesse momento, os investidores estão cobrando um prêmio de risco maior pra investir. Para o investidor que entenda bem o cenário atual brasileiro e queira apostar que daqui um ano a situação vá melhorar, uma posição pré-fixada com vencimento acima de 2019 é o ideal, por exemplo, já que toma tempo pra começar a ter um resultado da convergência de inflação pra meta e ajuste fiscal mais efetivo. Já quem for mais conservador e avesso a volatilidade do curto prazo, o pós-fixado segurado até um período de mais clareza e com sinalização de maior segurança econômica, é o indicado", conta o especialista.

Para Claudio Ferro, CEO do portal Poupa Brasil lançado pela Associação Nacional das Instituições de Crédito (Acrefi) com a proposta de facilitar a obtenção de recursos nas pequenas e médias instituições financeiras, a expectativa do mercado é que o governo mantenha as taxas de juros nos patamares atuais. "Não é tanto a falta de dinheiro, mas a preocupação em consumir", avalia.

O Poupa Brasil conta com 11 instituições financeiras e espera 100 milhões de clientes no período de um ano. 

FONTE: DCI