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11/04/2025

Brookfield negocia compra do Aqwa Corporate, no Rio, por até R$ 600 milhões - Estadão

Parte majoritária de edifício no Porto Maravilha está sendo vendida pela Tishman Speyer

 

Por Circe Bonatelli (Broadcast)

 

O Aqwa Corporate, um dos prédios de escritórios mais importantes do Rio de Janeiro, no Porto Maravilha, vai trocar de mãos. A Coluna do Broadcast apurou que a Tishman Speyer está prestes a fechar a venda da uma participação majoritária no empreendimento para a Brookfield, em um negócio que deve movimentar de R$ 500 milhões a R$ 600 milhões.

O Aqwa Corporate foi erguido como parte dos investimentos imobiliários para revitalização da região portuária nos últimos anos. Inaugurado em 2017, o edifício é vizinho da roda-gigante e do aquário, bem como do veículo leve sobre trilhos (VLT), que são projetos também inseridos neste contexto de reocupação do centro carioca.

 

O prédio tem 21 andares e 71 mil metros quadrados de área para escritórios, o equivalente a cerca de oito campos de futebol. Após abertura, ele enfrentou vacância elevada em meio às sucessivas crises da economia local. Hoje, está 75% locado, tendo como maiores inquilinos a Caixa Econômica Federal, a Enel e a Icatu Seguros. O aluguel pedido por ali está na faixa dos R$ 120 por metro quadrado.

 

Fundos são investidores no edifício

 

O que está sendo vendido pela Tishman é a participação de 78% pertencente ao fundo no qual a empresa é uma das sócias, ao lado de outros investidores. Os outros 22% são do Fundo de Investimento Imobiliário Porto Maravilha, que pertence aos trabalhadores cotistas do FGTS e é gerido pela Caixa. O valor da venda na negociação equivale a cerca de R$ 10 mil por metro quadrado, um preço considerado “oportunístico”.

 

“Eu diria que o valor de venda está baixo, porque esse é um dos prédios de melhor especificação técnica do mercado”, disse um consultor imobiliário, que falou reservadamente. Por outro lado, ponderou que o mercado de escritórios no Rio tem vacância elevada, de 27%, o que dificulta a valorização dos aluguéis. “O mercado de escritórios no Rio de Janeiro segue desafiador. Apesar da taxa de vacância em queda, a demanda ainda é lenta e altamente dependente do setor governamental e da indústria de óleo e gás”, observou.

 

Do lado da Tishman, a lógica da venda é a conclusão de um investimento de longo prazo, com retorno do capital aos sócios e ganho de liquidez para seguir em novos projetos. Do lado da Brookfield, a aquisição faz parte da estratégia de encontrar ativos de qualidade a preços “oportunísticos” neste momento em que o mercado tem juros altos e liquidez baixa. Os maiores compradores de prédios comerciais são os fundos imobiliários, mas eles têm dificuldade de captar recursos neste momento, o que reduz a concorrência pelos ativos.

 

Procurados, Tishman e Brookfield não concederam entrevista.

 

FONTE: ESTADãO