O Bradesco revisou para baixo a projeção para o estoque de crédito na economia, de um avanço de 4,7% para uma leve alta de 0,3% em 2016. A desaceleração é puxada especialmente pelos empréstimos à pessoa jurídica, cujo volume no segmento livre deve cair 3,8% neste ano. Anteriormente, a equipe esperava alta de 2,6%. Segundo a economista Daniela Cunha de Lima, há uma desaceleração espraiada em quase todas as linhas de crédito à pessoa jurídica, com destaque para capital de giro e investimentos. Parte do movimento também se deve à valorização cambial.
Algumas linhas corporativas são indexadas ao dólar, como o financiamento aos exportadores. Logo, a valorização do câmbio pode afetar a carteira para baixo. Daniela avalia que a retomada da confiança e da atividade econômica, mais a flexibilização da política monetária, deve impulsionar o mercado de crédito na segunda metade do ano e, em maior medida, em 2017. A expectativa é de alta de 6,9% para o crédito total em 2017. Nos recursos livres à pessoa física, a alta deve ficar em 5,5%. Já na pessoa jurídica, a reação deve ser mais forte: a alta esperada para 2017 é de 8,1%, em comparação a alta média de 12,5% entre 2010 e 2014.
