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13/08/2015

Banrisul revisa sua expectativa para crédito

Por outro lado, o impacto do cenário econômico se refletiu diretamente na qualidade e na projeção de crescimento da carteira de crédito.

Fabiana Lopes

O aumento das receitas de intermediação financeira e de serviços ajudou o Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) a registrar um lucro líquido contábil de R$ 192,9 milhões no segundo trimestre, com expansão de 28,5% na comparação anual. Por outro lado, o impacto do cenário econômico se refletiu diretamente na qualidade e na projeção de crescimento da carteira de crédito.

O saldo da carteira de crédito somou R$ 31,1 bilhões no fim de junho, com crescimento de 10,8% em 12 meses e de 0,2% na comparação com março. A despeito do avanço, os empréstimos em atraso aumentaram e o índice de inadimplência acima de 90 dias atingiu 3,74% ante 3,55% no primeiro trimestre e 3,53% no mesmo período do ano passado.

O movimento de deterioração dos ativos afetou também as despesas de provisão para crédito de liquidação duvidosa do banco, que mais do que dobraram em 12 meses, passando de R$ 141,5 milhões no segundo trimestre de 2014 para R$ 305,8 milhões. Na comparação trimestral, no entanto, essas despesas diminuíram 24,4%. "Cerca 40% da provisão feita no primeiro trimestre foi concentrada em recuperação judicial. E a do segundo trimestre ainda é contaminada por isso", explica o diretor de relações com investidores, Ricardo Richiniti Hinge.

Ele diz, no entanto, que o fato de o banco estar mais seletivo e conservador nas novas concessões, dá segurança de que as provisões e o nível da inadimplência não devem sair do controle. Mesmo assim, o banco está atento à possível deterioração da carteira de pessoa física. "Como a crise continua grave, os bancos estão sendo seletivos, as carteiras vão sendo reprecificadas e a seletividade traz consigo um maior suporte de garantia. O que mais nos preocupa agora são as carteiras mais antigas", disse.

O cenário mais difícil na economia fez o banco revisar suas estimativas de crescimento da carteira no ano. A perspectiva passou de uma faixa de 9% a 13% para 7% a 11%. Segundo Hingeele, neste contexto, o banco continua atento ao aumento da inadimplência, mas otimista com a possibilidade de recuperação das margens pelo movimento de reprecificação da carteira - impacto que deve ocorrer nos próximos trimestres. No fim de junho, a margem bruta da instituição somou R$ 782,3 milhões, com recuo de 2,3% em 12 meses. 

 

FONTE: VALOR ECONôMICO