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16/08/2018

Aluguel residencial cai 1,65% em julho em SP; inquilino pode negociar

Após desacelerar a queda em junho, o aluguel residencial na cidade de São Paulo iniciou o segundo semestre reforçando que a tendência em um mercado de superoferta e desaquecido é de queda nos preços

Após desacelerar a queda em junho, o aluguel residencial na cidade de São Paulo iniciou o segundo semestre reforçando que a tendência em um mercado de superoferta e desaquecido é de queda nos preços.

Nos 12 meses acumulados até julho, o valor médio dos novos contratos caiu 1,65%, segundo dados do Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário). Há um ano, a variação era positiva, de 1,34%.

Os preços de julho estão muito abaixo do IGP-M do período. O índice calculado pela FGV (Fundação Getulio Vargas) serve como base para o reajuste em 95% dos contratos de locação. Nos 12 meses até julho, o IGP-M bateu 8,24% —em 2017, recuava 1,66%.

Na prática, essa diferença entre valores de novos contratos e a inflação do aluguel disparada significa que o morador leva vantagem na negociação de reajustes e pode valer mais a pena procurar uma locação nova do que aguardar o aniversário do contrato atual.

"Proprietários relutaram em baixar os preços, acostumados com valores de 2013, mas depois não teve jeito. É uma evolução negativa nos novos contratos, mas não abrupta", diz Mark Turnbull, diretor da vice-presidência de locação do Secovi.

Mauro Rochlin, professor da FGV, explica que o IGP-M foi pressionado no ano pela paralisação dos caminhoneiros e pela alta do dólar. O índice é composto por indicadores atrelados, por exemplo, a alimentos.

"A despeito da indexação, o IGP-M está muito descolado da realidade do mercado imobiliário. É difícil hoje aceitar um aumento dessa magnitude no aluguel", afirma.

Turnbull destaca que, enquanto o mercado de locação tiver uma oferta muito superior à demanda, os preços devem oscilar no campo negativo.

Outra pesquisa do Secovi mostra que as vendas de imóveis novos residenciais (12 mil unidades) no primeiro semestre na capital superaram os lançamentos (8.068) e geraram uma queda de 16,6% no estoque de junho, ante igual período de 2017.

Ainda há, no entanto, 17.558 imóveis disponíveis para venda na cidade.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO