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13/03/2023

Aluguel no Rio e em São Paulo sobe em fevereiro; veja bairros mais atingidos (Valor Investe)

Entre os principais fatores para o recorde registrado está a alta temporada de procura de aluguéis. O valor em São Paulo é o mais caro da série histórica, iniciada em 2019

A alta temporada de procura de aluguel está impactando significativamente os preços na capital paulista e fluminense, segundo o Índice QuintoAndar de Aluguel, divulgado hoje. Em São Paulo, a média do metro quadrado na cidade saltou 2,93% entre janeiro e fevereiro, alcançando R$ 43,25 no último mês. Trata-se do 20º mês consecutivo de alta nos preços, e também representa a maior alta mensal e o valor mais caro da série histórica, iniciada em 2019.

 

Entre os principais fatores para o recorde registrado está a alta temporada de procura de aluguéis. Como muitos contratos vencem no final do ano, há uma demanda maior por aluguel nos primeiros meses (janeiro, fevereiro e março). E, assim como no ano passado, regiões mais próximas do transporte público têm sido mais valorizadas, o que explica o aumento dos preços.

 

Nos últimos seis meses, somente 5 dos 61 bairros monitorados pelo indicador registraram queda no preço do metro quadrado: Cambuci (-2,3%), Vila Romana (-1,8%), Higienópolis (-0,7%), Santo Amaro (-0,5%) e Mandaqui (-0,1%).

 

No último mês, o preço médio do m² desses imóveis foi de R$ 55,86. Isso significa que uma pessoa que tenha decidido alugar um apartamento de 35 metros quadrados terá que desembolsar, em média, R$ 1.955 por mês de aluguel, sem contar o condomínio, IPTU e outras taxas.

 

No Rio, 21 dos 23 bairros registraram alta no preço do metro quadrado, o equivalente a 91% das regiões analisadas. Em fevereiro, a capital registrou o 18º mês consecutivo de alta dos preços. Em comparação com janeiro, a alta foi de 0,76%, atingindo a média de R$ 37,01 por metro quadrado. Isso significa que uma pessoa que tenha alugado um apartamento de 60 metros quadrados desembolsou, em média, R$ 2.220 por mês no aluguel, sem contar o condomínio, IPTU e outras taxas.

 

“Alugar um imóvel hoje no Rio está 17,3% mais caro do que neste mesmo período no ano passado. O mercado se mantém aquecido neste início de 2023”, destaca Pedro Capetti, do núcleo de dados sobre moradia do QuintoAndar.

 

Nos seis meses encerrados em fevereiro, somente Leblon e Vila Isabel tiveram queda do preço do metro quadrado na capital fluminense. Todos os outros 21 bairros tiveram valorização, principalmente bairros da Zona Oeste. Dos cinco bairros com maior valorização, quatro ficam na região: Pechincha (18,4%), Jacarepaguá (13,1%), Barra da Tijuca (13,1%) e Freguesia (12,3%). Botafogo, na Zona Sul, completa a lista, com alta de 14% no período.

 

Dicas

 

Diante do aumento dos preços, uma das formas de economizar é ter tempo disponível para a busca do imóvel. Nos dois primeiros meses do ano, dados do QuintoAndar indicam que o desconto concedido para aqueles que decidiram procurar por imóveis “sem pressa” foi, em média, 54% maior em São Paulo do que o recebido pelos que decidiram se mudar “o mais rápido possível”, sem se programar.

 

Para fazer essa comparação, foram analisados os questionários dos inquilinos que fecharam contrato no começo deste ano na plataforma do QuintoAndar. Ao responderem quando pretendiam se mudar, foram escolhidas opções como “o mais rápido possível”, “no próximo mês” e “nos próximos três meses”.

 

O percentual de 54% é a diferença entre aqueles que responderam “o mais rápido possível” e “nos próximos três meses”, o que indica que estes últimos ou já estavam na procura por mais tempo ou que, mesmo que tivessem acabado de iniciar a busca, jogaram o preço mais para baixo na hora de barganhar, justamente por terem uma margem maior de tempo para mudança.

 

“Isso significa que, quanto mais cedo você começa a buscar um imóvel, maior a probabilidade de conseguir um melhor preço e negociar”, afirma Capetti.

Dados do Índice QuintoAndar mostram que a diferença entre o preço do anúncio e o do contrato atingiu -10,51% em São Paulo, crescendo nos últimos meses. Isso significa que há mais espaço para barganhar, mesmo com um cenário de preços mais elevados. 

FONTE: VALOR INVESTE