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07/05/2021

Alta da Selic deve aumentar taxa do crédito imobiliário no 2º semestre, diz Credihome

A decisão do Copom de aumentar a taxa básica de juros para 3,5% ao ano, ontem (5), ainda não deve elevar as taxas do crédito imobiliário, avalia o presidente da plataforma de crédito imobiliário de diversos bancos

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de aumentar a Selic, a taxa básica de juros, em 0,75 ponto percentual, para 3,5% ao ano, ontem (5) ainda não deve elevar as taxas do crédito imobiliário, de acordo com Bruno Gama, presidente da Credihome, plataforma de crédito imobiliário de diversos bancos. Contudo, ele acha que a alta nos juros dos financiamentos acontecerá no segundo semestre.

Na avaliação de Gama, a forte demanda pela compra de imóveis e a intensa concorrência entre as instituições financeiras devem frear repasses até o fim do primeiro semestre. "O momento segue bastante favorável para a aquisição, que hoje tem um custo cerca de 50% inferior ao que era há 5 anos. No curto prazo, enxergamos ainda taxas baixas para o crédito imobiliário e potencial repasse durante o segundo semestre de 2021", afirma.

Apesar disso, o executivo destaca que modalidades de financiamento atreladas à poupança ou à inflação medida pelo IPCA podem passar sentir o impacto da subida da Selic mais cedo. Com a taxa a 2,75% ao ano, o rendimento da poupança era de 1,92% ao ano. Com o novo juro básico, de 3,5%, o retorno da poupança passa a ser de 2,45% ao ano.

Ainda assim, as contratações de crédito imobiliário devem seguir fortemente aquecidas, na visão de Gama. "O impacto da pandemia, fazendo com que as pessoas repensem o jeito de morar, trouxe uma demanda adicional, que deve continuar sustentando um crescimento em 2021 significativamente maior ao reportado no ano passado, podendo chegar a 50%", diz.

Outros especialistas em mercado imobiliário avaliam que a onda de alta da Selic ascende um sinal de alerta em quem tem intenção de fazer financiamento. No caso da compra de imóvel financiado, mesmo uma diferença pequena na taxa pode representar um volume maior de dinheiro ao fim do longo prazo do empréstimo, que pode chegar a 35 anos.

FONTE: VALOR ECONôMICO