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12/11/2019

A confiança do mercado imobiliário está voltando na região Sul do Brasil

É curioso o que anda acontecendo com o mercado imobiliário. Sai ano, entra ano e os números, geralmente, deixam a desejar, seja por excesso de otimismo ou por imprevisão.

É curioso o que anda acontecendo com o mercado imobiliário. Sai ano, entra ano e os números, geralmente, deixam a desejar, seja por excesso de otimismo ou por imprevisão. O fato é que as pessoas envolvidas no mercado imobiliário enfrentam com empenho as dificuldades e quase sempre encontram formas de continuar na luta. Afinal, é preciso ser forte para comprar terrenos, encomendar projetos e lidar com financiamentos fechados ou limitados. Haja serenidade e suficientes recursos.

No entanto, os atores do setor continuam na lida e, embora a cadência seja irregular, a marcha prossegue. Tomando por base a capital do Rio Grande do Sul, que reflete as tendências do Estado, verifica-se uma queda acentuada no nível de negócios. Por exemplo, em julho de 2008, chegou-se à lavratura de 4.203 escrituras de compra e venda. No último mês de setembro, elas não passaram de 2.400, portanto, uma redução de 46%. É bem verdade que o valor por transação aumentou bastante, pois o ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis) arrecadado pelo município revela compensações parciais.

A turbulência dos últimos tempos pode ser retratada por meio do estoque à venda de imóveis residenciais usados. Nos últimos cinco anos, a quantidade ofertada cresceu 49,29%. Por outro lado, o preço do m² só aumentou 7,87%. Observe-se que o INCC-M subiu 27,96% e o IPCA 31,73%.

Em Porto Alegre, a venda de usados corresponde em média de 80% a 90% do total transacionado e os lançamentos tiveram oscilações na participação, justamente por conta da autorrestrição que os incorporadores se impuseram. A situação é a de que, no último quinquênio, a redução nas vendas atingiu 16,41% com o detalhe que, nos últimos dois anos, a queda ficou por volta de 1%. Se o dado revelar uma tendência, torna-se o prenúncio de uma boa-nova.

As locações compreendem uma parte importante da dinâmica imobiliária, mas é um setor que também sofreu com a recessão que abalou o país nos anos recentes. A amostragem feita pelo nosso setor de Economia e Estatística constatou que, enquanto tivemos um aumento de 34,69% no IGP-M, o preço médio dos aluguéis decresceu, com uma baixa de até 7,41%. No período, o estoque dos imóveis residenciais cresceu 42,22%, ao passo que, o dos comerciais, a oferta quase que dobrou (97,73%).

Pelas amostragens realizadas pelo Departamento de Economia e Estatística do SECOVI/RS, a média de inadimplência dos aluguéis em Porto Alegre, entre agosto de 2009 e julho de 2014, rondou os 4,5%. De lá para cá, o número baixou para cerca de 3,5%, sendo que nos últimos 12 meses fechou em 3,42%. Vale destacar que, considerando a média dos recentes cinco anos, chega-se a 0,7% com ações de despejo e 2,87% ainda em negociações, totalizando 3,59%. Quanto aos rendimentos imobiliários, a relação da média de preços entre valor ofertado de venda e o aluguel pedido foi de 0,45%, 0,43% e 0,40%, para apartamentos de 1, 2 e 3 dormitórios, respectivamente. É importante ressaltar que se trata de uma média, já que imóveis novos e muito bem conservados alcançam percentuais superiores.

Um prudente otimismo permeia a economia neste segundo semestre de 2019. Percebem-se ações do Governo para, de uma forma ou de outra, alavancar o mercado. A redução de juros vai permitir uma maior quantidade de pessoas que financiam imóveis, por afetar positivamente as prestações.

O controle da inflação injeta entusiasmo e uma nova confiança parece pairar sobre o segmento imobiliário. Cabe torcer nesse sentido, e cada um colaborar no que puder, esperando que a economia floresça lindamente.

Retomada da economia e queda nos juros trazem esperança para o setor

 

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO