O modelo é absolutamente dominante no mercado imobiliário dos Estados Unidos. Na maior economia do mundo, 90% das locações seguem o chamado modelo multifamiliar - quando todas as unidades de um mesmo edifício são voltadas para o aluguel.
Esses números contrastam bastante com o cenário nacional, onde, segundo o Censo de 2022 do IBGE, apenas 18 milhões, das mais de 90 milhões de unidades habitacionais residenciais no Brasil são voltadas para o aluguel. Sendo que, neste universo, 30 mil unidades, ou seja, menos de 1%, operam no segmento multifamiliar. “Os dados revelam uma grande oportunidade de crescimento no Brasil”, afirma André Lucarelli, vice-presidente sênior de investimentos da Brookfield.
Esse será um dos temas do evento Summit Imobiliário 2024 - Tendências para a Economia Brasileira e para o Mercado Imobiliário em 2025, que será realizado em São Paulo nesta quinta-feira, 28, das 8h às 18h (as inscrições podem ser feitas aqui).
Segundo Lucarelli, o mercado de residências multifamiliares tem despertado o interesse de investidores no Brasil. “A Brookfield iniciou seus investimentos no País em 2021, após três anos de pesquisas. Com décadas de experiência nos Estados Unidos, onde possui um portfólio de mais de 65 mil unidades, a empresa aposta no potencial brasileiro”, diz. Para ele, esse é um segmento que tende a tornar-se uma realidade no País em vários segmentos de renda
Quais as principais novidades para o segmento de imóveis multifamiliares para 2025?
O portfólio multifamily da Brookfield no Brasil conta com 29 projetos (5,7 mil unidades), dos quais 12 estão em operação. Outras 3 mil unidades estão contratadas para entrega até 2027. Neste ano, a empresa expandiu suas operações para locais como Vila Buarque, no centro de São Paulo, além de Curitiba e Belo Horizonte, com resultados acima das expectativas. Para 2025, um dos destaques será o lançamento do UNA, um empreendimento de luxo dentro do Complexo Parque da Cidade, em São Paulo. As unidades residenciais estarão na mesma torre do Hotel JW Marriott e oferecerão acesso a áreas comuns do hotel cinco estrelas. Além disso, a empresa firmou uma parceria com a Planta Inc. para adquirir cinco prédios com apartamentos mobiliados, ideais para estadias curtas e médias, todos localizados na promissora Vila Buarque.
O crescimento fora do eixo Rio-São Paulo também é uma realidade?
Embora o eixo Rio-São Paulo concentre muitos empreendimentos, o modelo multifamily já se expande para outras regiões. A Brookfield opera em seis Estados, incluindo Minas Gerais, Porto Alegre e Lauro de Freitas (BA), mostrando que a demanda por locações práticas e serviços acoplados vai além dos grandes centros. Todos os ativos que abrimos para locação registraram forte ocupação nos primeiros meses. Por isso, o pipeline para o negócio é muito promissor em diversas regiões do país.
Do lado do consumidor quais são as principais vantagens do modelo multifamily?
A proposta do multifamily combina praticidade e qualidade. Os apartamentos são novos, mobiliados e oferecem serviços pay-per-use, como limpeza e manutenção. A locação é facilitada, sem necessidade de fiador e com processos totalmente online. Há uma gama de opções para diferentes faixas de renda. Com isso, o segmento multifamiliar se consolida como uma alternativa moderna e eficiente no mercado de aluguel, e isso atrai tanto investidores quanto moradores que buscam conveniência e conforto.
E existe um perfil mais fechado dos clientes?
Nosso portfólio atende às classes A e B e temos diferentes perfis de produto, seja para estadias de curta ou longa duração. A demanda para imóvel de qualidade, uma locação sem burocracia e com uma gama de serviços acoplada é gigante em todas as principais regiões do Brasil. Esse potencial é latente, e todos os ativos que abrimos para locação tiveram uma forte ocupação nos primeiros meses. Por atuarmos com empreendimentos para a média renda, e não somente no eixo São Paulo-Rio, o pipeline para o negócio é muito promissor. Estamos em seis Estados e com potencial de aumentar essa presença. Alguns empreendimentos possuem mais o perfil das grandes cidades (alto luxo e estadia de curta duração) e outros têm bom desempenho fora dos grandes centros, mas a aposta do modelo de negócio atende a todas as regiões.