Os empréstimos para compra e construção de imóveis totalizaram R$ 109,2 bilhões no ano passado, segundo dados divulgados ontem pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). O valor é 32% acima do registrado no ano anterior e um recorde histórico.
O resultado superou a própria expectativa da Abecip, que no início do ano passado estimava um crescimento entre 15% e 20% no volume de financiamentos em 2013. O crescimento ficou bastante acima da alta de 3,6% registrada na comparação entre 2011 e 2012. A entidade divulgou ainda que foram financiados 529,8 mil imóveis em todo o ano passado. A quantidade é 17% superior a contratada em 2012.
Para o presidente da entidade, Octávio de Lazari Júnior, entre os fatores que colaboraram para o bom resultado de 2013 estão o baixo desemprego, o crescimento da renda, a confiança do consumidor e a baixa inadimplência. "A inadimplência está absolutamente controlada, estamos falando num índice de 1,8% em 2013", afirmou.
Outro elemento que impulsionou o resultado do setor foi o fato de 2012 ter sido um ano em que as construtoras deram um "freio de arrumação", nas palavras de Lazari. Com isso, a demanda por crédito por parte das construtoras caiu 22% em relação a 2011. Ou seja, a base de comparação para o ano de 2013 foi baixa o que facilitou o crescimento recorde.
O que puxou a alta do crédito no ano passado foram os financiamentos para aquisição. Dados da entidade mostram que em 2013 o mutuário continuou demandando o crédito, com alta de 41% na quantidade de financiamentos para aquisição de imóveis, totalizando R$ 76,9 bilhões dos R$ 109,2 bilhões desembolsados. Os desembolsos para construção totalizaram R$ 32,3 bilhões, um crescimento de 15% sobre 2012.
Os números levam em consideração apenas os financiamentos bancários com recursos advindos da poupança. De acordo com norma do Banco Central (BC), 65% do saldo do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) devem ser direcionados pelos bancos para o crédito imobiliário.
PREVISÃO
A entidade continua esperando alta do crédito neste ano. De acordo com o presidente, a estimativa é de crescimento ao redor de 15%, para R$ 126 bilhões, o que seria um novo recorde histórico. Lazaro afirmou que essa alta pode ser ainda maior, em torno de 20%.