ABECIP na mídia

02/07/2014

Secovi: metro quadrado no Rio em 2013 ficou aquém dos anos anteriores

Para ele, no ano de 2013 as variações nos preços do metro quadrado de apartamentos-padrão ficaram aquém das registradas em anos anteriores.

 

 

"O panorama do mercado imobiliário registrou valorização não tão intensa nos imóveis do Estado do Rio de Janeiro, se comparado com o ano de 2010, quando os preços - defasados durante muito tempo - alcançaram patamares coerentes com a realidade do mercado." A opinião é do vice-presidente de Locação do Sindicato da Habitação (Secovi Rio), Antonio Paulo Monnerat, em entrevista ao MONITOR MERCANTIL. 

Para ele, no ano de 2013 as variações nos preços do metro quadrado de apartamentos-padrão ficaram aquém das registradas em anos anteriores.

Segundo Monnerat, no setor de locações, houve redução de 1,8% no preço médio do metro quadrado na cidade. Para venda, a valorização foi de 10,1%. E acrescentou que, embora a cidade esteja passando por um período de transformações que acarretam, inevitavelmente, na valorização dos imóveis, a entidade acredita em variações suaves para o ano de 2014, em níveis próximos ao da inflação, que no ano passado ficou em 5,9%, levando-se em consideração o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O executivo da entidade, ressaltou que na Zona Sul, que havia apresentado valores de venda e locação bastante expressivos há alguns anos, deve permanecer estável, apesar da demanda constante e do baixo volume de lançamentos. Já as zonas Central, Norte e Oeste, focos das principais intervenções urbanas do último quinquênio, muitas delas visando à Copa do Mundo e às Olimpíadas, deverão apresentar valorização dos imóveis que, como em 2013, pode chegar a 20% em alguns bairros, principalmente para venda. 

Quanto ao Centro e Lapa, por conta do projeto Porto Maravilha e dos projetos de ordenamento urbano; Campo Grande e Barra da Tijuca, devido às melhorias no sistema de transporte, com a construção do metrô e dos BRTs; e áreas como Penha, Madureira e Vila da Penha, na Zona Norte, são as principais apostas de entidades representativas no setor.

 Para a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-RJ), o ressurgimento de bairros do subúrbio que estavam esquecidos se deve a fatores como o replanejamento urbano, favorecendo a construção, e à consolidação de projetos com o conceito de condomínios-clube, já amplamente difundido na Barra da Tijuca e em Jacarepaguá.

No que diz respeito a financiamentos, analistas do setor crêem que em 2014 se manterá a tendência de aumento no volume. A expectativa da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) é de que haja um crescimento de 15%, o que significa um volume de R$ 126 bilhões. 

O crédito deve saltar dos atuais 8,1% do Produto Interno Bruto (PIB) para cerca de 15% a 20% nos próximos cinco anos. Números como a manutenção da renda e baixo índice de desemprego e de inadimplência, que vem sendo revelados nos últimos meses, são alguns dos incentivadores para a continuidade da busca do crédito para esta finalidade. Além disso, a oferta de crédito com juros mais baixos em relação às demais modalidades de empréstimos tende a manter a atratividades para esta categoria de crédito.

Importante ressaltar que para 2014 e os próximos anos não existe a perspectiva de uma bolha imobiliária, conforme avalia um dos mais respeitados analistas do setor, Rubens Menin.

- Assim como vem acontecendo desde 2009, esse novo ano frustrará, mais uma vez, a torcida pessimista daqueles que vaticinam a chegada de uma bolha imobiliária no Brasil. Nesse particular, o mercado nacional nunca esteve tão sólido e tão protegido, seja pelo seguro mecanismo de avaliação do crédito imobiliário, seja pelo montante de financiamentos contratados nessa modalidade (cerca de apenas 8% do PIB, apesar de todo o crescimento verificado nos últimos anos). 

O presidente do Secovi Rio, Pedro Wähmann, disse que "o que não se pode perder de vista é que imóveis são bens ativos e como qualquer ativo nem sempre se valoriza. Alcançamos patamares em que podemos pensar numa estabilização de preços", disse, acrescentando que "não nos esqueçamos que ao longo do tempo o que ocorreu com preços e aluguéis de imóveis no Rio foi uma recuperação de valores, já que a fraqueza da economia do nosso Estado nas ultimas três décadas provocou uma desvalorização em comparação com os índices inflacionários. A partir do realinhamento dos governos municipal e estadual com o federal, o Rio recebeu novos investimentos, com suporte nos grandes eventos que já aconteceram e vão acontecer até 2016. A economia do Estado foi revigorada, a renda da população cresceu e o mercado imobiliário voltou a ser atraente para os investidores."

FONTE: MONITOR MERCANTI