Diego Lazzaris Borges
A caderneta de poupança perdeu R$ 57 bilhões em recursos apenas este ano. De acordo com dados do Banco Central, o total de depósitos na poupança somou R$ 1,54 trilhão, contra R$ 1,59 trilhão de retiradas nos primeiros 10 meses de 2015. “A Caderneta de poupança foi ‘atropelada’ pelo CDB (Certificado de Depósito Bancário), fundos, LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e LCA (Letras de Crédito do Agronegócio), disse Octavio de Lazari Junior, ex-presidente da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), durante evento promovido pela Fiabci (Federação Internacional das Profissões Imobiliárias) e pelo Secovi –SP (Sindicato da Habitação) na última quarta-feira (2).
De acordo com o executivo, um dos principais motivos para a fuga dos investidores da poupança é o aumento da Selic, a taxa básica de juros, que torna outras aplicações de renda fixa mais atrativas do que a caderneta – que tem seu retorno limitado a 0,5% ao mês mais a TR (Taxa Referencial).
“Não dá para ter a ilusão de que com a taxa de juro em 14,25% a poupança vai poder vencer. Apesar de toda a força que ela tem com o pequeno investidor, não dá para segurar, a diferença é muito grande”, disse Lazari Junior.
Segundo o executivo, o volume de financiamentos imobiliários com recursos da poupança (SBPE) foi de R$ 66,7 bilhões no acumulado de janeiro a outubro deste ano, uma queda de 28,4% em relação ao mesmo período de 2014.
Ele também destacou que o crédito imobiliário é baseado em quatro pilares básicos: Taxa de desemprego, confiança do consumidor, rendimento real e inadimplência. “Todos esses quatro pilares estão muito seriamente abalados atualmente. Não adianta achar que as coisas podem andar normalmente se [estes pilares] não tiverem bem estruturados”, afirmou.