ABECIP na mídia

26/01/2016

Crédito imobiliário tem queda de 33% em 2015

Gilberto Duarte de Abreu Filho, presidente da Abecip, disse na manhã desta terça-feira que o mercado está e continuará sendo afetado pela baixa confiança do consumidor. Ele também citou que a redução no volume emprestado é fruto da inflação e taxa de juros em elevação, além do aumento do desemprego e queda no rendimento real.

Roberta Scrivano

Segundo Abecip, foram utilizados R$ 7,6 bilhões em recursos da poupança

O volume de crédito concedido para a compra de imóveis caiu 33%, para R$ 75,6 bilhões, no ano passado na comparação com 2014. Os dados são da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança em São Paulo (Abecip) e consideram apenas os recursos da poupança. Para 2016, a previsão é de retração de 20,6%, para R$ 60 bilhões.

Gilberto Duarte de Abreu Filho, presidente da Abecip, disse na manhã desta terça-feira que o mercado está e continuará sendo afetado pela baixa confiança do consumidor. Ele também citou que a redução no volume emprestado é fruto da inflação e taxa de juros em elevação, além do aumento do desemprego e queda no rendimento real.

É o consumidor quem determina o ritmo do mercado e ele está mais cauteloso — disse Abreu, para completar: — Comprar imóvel demanda confiança.

Levando em conta apenas o mês de dezembro, os empréstimo para construção e aquisição recuaram 55,2% na comparação com o mesmo mês de 2014. Já na virada de novembro para dezembro, houve aumento de 16,5% nos financiamentos, chegando a R$ 4,8 bilhões e interrompendo queda observada consecutivamente nos quatro meses anteriores.

Temos um contexto econômico desafiador. O crédito como um todo hoje é menos promotor de crescimento — afirmou.

Em termos quantitativos, foram financiados 341,5 mil imóveis ao longo de todo o ano passado. O número é 36,6% menor que o de 2014. Apenas em dezembro, os recursos foram para a compra de 21,9 mil imóveis, resultado 55,8% inferior ao apurado em dezembro de 2014. Comparado a novembro de 2015, houve alta de 21,5%.

A redução de 32,4% no número de lançamentos entre janeiro e setembro de 2015 comparado ao igual intervalo de 2014 foi citado por Abreu como um ponto “positivo” do mercado.

Viemos de uma euforia dos consumidores em 2012 e o fato de as incorporadoras estarem lançando menos e reduzindo seus estoques é uma boa notícia.

Poupança - Os dados da Abecip mostram ainda que em dezembro os depósitos voltaram a superar os saques e a captação líquida ficou positiva em R$ 4,8 bilhões.

Entre janeiro e novembro de 2015, porém, houve captação negativa na caderneta de poupança. “A captação líquida passou ao campo positivo, no último mês de 2015, influenciada pelo recebimento de segunda parcela do 13º salário dos trabalhadores assalariados”, explicou a entidade.

Com o saque de recursos da poupança, a Caixa Econômica Federal, o banco mais atuante na concessão de financiamento imobiliário, alterou as regras para a aprovação de novos créditos, exigindo maior entrada no financiamento de imóveis usados. A exigência também ajudou a esfriar o mercado.

FONTE: O GLOBO