ABECIP na mídia

06/06/2014

Crédito imobiliário deve saltar 15% neste ano

Desaceleração da economia do Brasil não intimidará as vendas de imóveis, prevê a Abecip.

A despeito da atividade econômica mais fraca e do elevado endividamento das famílias, a carteira de crédito imobiliário no Brasil deverá atingir R$ 125,6 bilhões em 2014, um crescimento de 15% sobre o ano passado, prevê a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). 

A inflação "sob controle", a baixa taxa de desemprego, os ganhos reais na renda e o fomento do crédito por parte dos bancos sustentarão esse avanço, segundo o presidente da Abecip, Octavio de Lazari Junior. 

"A participação do crédito imobiliário no endividamento das famílias cresceu. Tirando isso, na verdade, o endividamento diminuiu nos últimos dez anos", justificou Lazari Junior. Segundo ele, diante desse cenário, há um grande mercado potencial entre famílias que ainda pagam aluguel - que não é contabilizado como dívida bancária e não integra as estatísticas. Além disso, o baixo crescimento do País nos últimos anos e a expectativa de que o avanço da economia continuará tímido em 2014 não atrapalham o desenvolvimento da carteira de crédito para a compra de imóveis. Os financiamentos, acrescenta, dependem muito mais da renda, do emprego e da inflação. 

"Independentemente de qual governo que assuma (após as eleições), os pilares básicos para que o crédito imobiliário possa continuar crescendo são mantidos. O que não pode acontecer no Brasil é começar a ter inflação na casa de 40% de novo, ter subida exacerbada de juros e o desemprego crescer no País", disse. Mesmo que haja o esperado ajuste no ano que vem, ele afirma que o cenário de avanço do crédito imobiliário prevalece. 

LONGE DA BOLHA

Diante da baixa inadimplência e do rigor do Banco Central com as regras de financiamento, Lazari Junior ainda refuta a ideia de que há uma bolha imobiliária se formando no País. "Nos últimos anos, descontada a inflação, os preços dos imóveis, exceto regiões que são ilhas de prosperidade, cresceram 2% ao ano, o que é absolutamente normal. É menos do que (o rendimento da) poupança, inclusive", declara o presidente da instituição. 

Regiões como Leblon e Copacabana, no Rio de Janeiro, e a Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, que têm chamado a atenção pelo valor exorbitante dos imóveis, estariam entre as "ilhas de prosperidade", onde os preços sobem devido à restrição de oferta.

No geral, a valorização dos imóveis foi fruto de um "realinhamento" do setor, após anos de demanda tímida e preços estagnados. Diante do crescimento da renda nos últimos anos, da redução do desemprego e do aumento da oferta de crédito, muitas famílias deixaram o aluguel. A crescente demanda por imóveis, por sua vez, inflou os preços.

CAUTELA

Sem minimizar a necessidade de cautela na expansão do crédito imobiliário, o presidente da Abecip citou premissas como valor elevado de entrada (em média 35%), baixo comprometimento da renda das famílias com as parcelas (entre 20% e 22%) e também a baixa inadimplência (1,9%, menor do que segmentos de veículos e cheque especial) entre as garantias de segurança para o segmento no País.

FONTE: DIáRIO DO NORDESTE - FORTALEZA/CE - NEGÓCIOS